Sem dominador ou dominado, uma sociedade nova onde uma nova ética, a ética libertária, possa existir e impedir as mazelas que o capitalismo e outras formas de autoritarismo vem produzindo na humanidade. A revolução não será televisionada...
domingo, 7 de novembro de 2010
sábado, 6 de novembro de 2010
Humanidade
A humanidade burra perfilada, nua, plastificada, observando o veneno da madrugada, a vida lá fora, família destemperizada...
terça-feira, 12 de outubro de 2010
domingo, 26 de setembro de 2010
O Chamamento 10.10.10
Está feito "O Chamamento" para a Cambralha 10.10.10.
Vc q tem algo a dizer, é só responder ao caô - cambrá, cambrá, cambrá aê!
artes plásticas, música, palavra, acontecimentos de ocasião, acidentes fortuitos, imprevistos, riscos,
fotografia, cinema, trabalhos em artes, derrubada, fim, caos, começo, eu vou pra maracambralha eu vou...
Vc q tem algo a dizer, é só responder ao caô - cambrá, cambrá, cambrá aê!
artes plásticas, música, palavra, acontecimentos de ocasião, acidentes fortuitos, imprevistos, riscos,
fotografia, cinema, trabalhos em artes, derrubada, fim, caos, começo, eu vou pra maracambralha eu vou...
domingo, 19 de setembro de 2010
domingo, 12 de setembro de 2010
A Morte
Agora tudo o que perdi soma meu vazio a nada mais... Sou um falsario das minhas ideias em decomposicao, terror, coisa putreda decomposta em rizomas oniricos devoradores.
A medida do agora mesmo delineia meu texto, minha vida, meu boeiro, as alegorias do meu imaginario me estupram a todo momento, sou fragmentado, estou destrocado... Pelo erro me remonto, spray anti-hipocrisia, descaralhado, pipa empinada, avoada, outrora remendada, perdida, herdada, tudo isso queimado, a cinza de tudo mais esquecido adoentado, agora transformado.
O lixo escorre pelos veios da cidade, deferido meu projeto segue avenida, as cores & odores nao sao mais, o rumo das aguas estao em sincronia com as correntezas das profundezas, la em cima o tempo e outro.
Melhor parar de escrever, melhor morrer, com a ideia da morte me conforto, em fim o descanco, sem ideias, sem imaginacao, sem devoracao, apenas a morte silenciosa, eterno mantra.
Agora tudo o que perdi soma meu vazio a nada mais... Sou um falsario das minhas ideias em decomposicao, terror, coisa putreda decomposta em rizomas oniricos devoradores.
A medida do agora mesmo delineia meu texto, minha vida, meu boeiro, as alegorias do meu imaginario me estupram a todo momento, sou fragmentado, estou destrocado... Pelo erro me remonto, spray anti-hipocrisia, descaralhado, pipa empinada, avoada, outrora remendada, perdida, herdada, tudo isso queimado, a cinza de tudo mais esquecido adoentado, agora transformado.
O lixo escorre pelos veios da cidade, deferido meu projeto segue avenida, as cores & odores nao sao mais, o rumo das aguas estao em sincronia com as correntezas das profundezas, la em cima o tempo e outro.
Melhor parar de escrever, melhor morrer, com a ideia da morte me conforto, em fim o descanco, sem ideias, sem imaginacao, sem devoracao, apenas a morte silenciosa, eterno mantra.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
Cambralha, cambada acabada, lixo, objeto em decomposição, coisa menstruada. Espaços abandonados, máquinas inutilizadas, especificidades ignoradas, cemitério. Instituições cristalizadas, humanamente inutilizadas. Máquinas substitutas, prostitutas filhas da puta, magnetismo. Triliças de cobre cobrem partículas deterioradas, chips enferrujados, tecnologia ultrapassada, sociedade abandonada.
Depois, lembranças esporádicas e psicodiagnósticos...
O texto precisa fazer sentido porra. Só não me recordo das alternâncias de imagens, quadro a quadro, oníricos sonhos esquartejados, medicação de depósito, quartos e puteiros de todas as cidades. Quarto abandonado, vagabunda mesa arreganhada, piranha alada, morena máquina de escrever viciada. As escolas, as senhoras, as instituições das esquinas, Exú guia, depressiva picada refratária, pião de demolição.
Agora sobrevôo
É mais fácil falar sobre coisas que possamos pegar, terra & ar. Mais erro médico, mais remédio, as máquinas funcionam mais tranqüilas: mimiógrafo; mimiografava; mimiografamos; enigmas & problemas, papel quente, cheiro de álcool e liberdade... pensamento. Histórias dos lugares, lembranças de cidades, instituições do acaso, visitas solitárias, estrada imaginária, entranhas libertárias, labirintos difusos, pensamentos sob pensamentos.
Letreiro, lanterna, leiteria
...no alto-o-acima, aqui na frente-o-que-já-se-foi, lá dentro, objetos decompostos, ossos descascados, a mesma coisa diferente sempre... família, pecados, solidão e tensão, execução, objetos abandonados. Corredores, imagens arquetípicas, ilhas, estrelas, acidente fortuito, hinos, ritmo. Imagens imagéticas, projetor, luz, sombra, grunhídos, gozo & dor, odor, cor. Vaca amamentando, a mesma que não abandona o rabo do cometa. Instituição dourada nos céus está, 70 metros de muros de ouro, minha noiva me espera no altar, no purgatório em companhia das máquinas me enquadro, invisíveis corpus, esquinas, vícios inatos, enquanto isso no legislativo... mandatos judariásticos expedidos aos indeferidos proletários.
O lobo fareja a nossa preza
Atravesso o salão, janelas de vidros quebrados, espelhos ladeados, chão gelado, mármore rachado, catacumba dourada, santuário. As paredes das paredes são de pedras gigantescas, metal enferrujado, móveis abandonados... depois uma dose de cachaça, uma lata de sardinha e carnaval...
Depois, lembranças esporádicas e psicodiagnósticos...
O texto precisa fazer sentido porra. Só não me recordo das alternâncias de imagens, quadro a quadro, oníricos sonhos esquartejados, medicação de depósito, quartos e puteiros de todas as cidades. Quarto abandonado, vagabunda mesa arreganhada, piranha alada, morena máquina de escrever viciada. As escolas, as senhoras, as instituições das esquinas, Exú guia, depressiva picada refratária, pião de demolição.
Agora sobrevôo
É mais fácil falar sobre coisas que possamos pegar, terra & ar. Mais erro médico, mais remédio, as máquinas funcionam mais tranqüilas: mimiógrafo; mimiografava; mimiografamos; enigmas & problemas, papel quente, cheiro de álcool e liberdade... pensamento. Histórias dos lugares, lembranças de cidades, instituições do acaso, visitas solitárias, estrada imaginária, entranhas libertárias, labirintos difusos, pensamentos sob pensamentos.
Letreiro, lanterna, leiteria
...no alto-o-acima, aqui na frente-o-que-já-se-foi, lá dentro, objetos decompostos, ossos descascados, a mesma coisa diferente sempre... família, pecados, solidão e tensão, execução, objetos abandonados. Corredores, imagens arquetípicas, ilhas, estrelas, acidente fortuito, hinos, ritmo. Imagens imagéticas, projetor, luz, sombra, grunhídos, gozo & dor, odor, cor. Vaca amamentando, a mesma que não abandona o rabo do cometa. Instituição dourada nos céus está, 70 metros de muros de ouro, minha noiva me espera no altar, no purgatório em companhia das máquinas me enquadro, invisíveis corpus, esquinas, vícios inatos, enquanto isso no legislativo... mandatos judariásticos expedidos aos indeferidos proletários.
O lobo fareja a nossa preza
Atravesso o salão, janelas de vidros quebrados, espelhos ladeados, chão gelado, mármore rachado, catacumba dourada, santuário. As paredes das paredes são de pedras gigantescas, metal enferrujado, móveis abandonados... depois uma dose de cachaça, uma lata de sardinha e carnaval...
quinta-feira, 17 de junho de 2010
BEIJAÇO
Mariana Gomes
Estudos de Mídia - UFF
Data: 15 de junho de 2010 20:04
Assunto: [Estudos de Mídia] Ato contra a homofobia em Niterói!
Pessoal,
no mês de maio o Shopping Lido, que se localiza no bairro de Sâo Francisco, em Niterói, fechou um dos seus estabelecimentos com o argumento de que a presença de homossexuais faria mal para os negócios do lugar.
O estabelecimento que fechou foi a Sala Paratodos, onde ocorreram duas festas que eu produzi com amigos. Depois da segunda edição da festa, sentimos que havia algo de estranho no ar, mesmo sem termos notícia direta do que havia acontecido - apesar de o evento ter ocorrido sem problemas, duas pessoas reclamaram com a administração do Shopping pelo fato de um casal gay estar no espaço. A administração, então, pressionou a equipe da Paratodos para que eles evitassem o público homossexual.
Mais tarde, outros eventos com público homossexual aconteceram e a administração do Lido pressionou a Paratodos até que a sala fechasse, mesmo tendo sido concluída por lá uma reforma de R$30.000 há poucas semanas da data do fechamento.
Queremos realizar um Beijaço no Shopping Lido neste próximo sábado, para que a gente possa evidenciar a sua mentalidade e coletar provas da homofobia do lugar. Pra quem não sabe o que é Beijaço, é um ato pacífico de manifestação política em que vários casais homossexuais se beijam dentro ou diante de algum estabelecimento que tenha agido de maneira homofóbica em ocasião anterior.
beijaço contra a homofobia em niterói!
a acontecer no dia 19/6 às 15h,no Shopping Lido:
Avenida Quintino Bocaiúva 325.ônibus em Niterói: 32, 33, 17, 62, vans pra Jurujuba.
ônibus do Rio: 996, 998, 740-D, vans pra Niterói.Fica próximo de Icaraí! Muito simples de chegar.
Por favor amig@s, repassem para tod@s aqueles que puderem participar.
--
Tiago Rubini
(21) 9820-6164
Mariana Gomes
Estudos de Mídia - UFF
Data: 15 de junho de 2010 20:04
Assunto: [Estudos de Mídia] Ato contra a homofobia em Niterói!
Pessoal,
no mês de maio o Shopping Lido, que se localiza no bairro de Sâo Francisco, em Niterói, fechou um dos seus estabelecimentos com o argumento de que a presença de homossexuais faria mal para os negócios do lugar.
O estabelecimento que fechou foi a Sala Paratodos, onde ocorreram duas festas que eu produzi com amigos. Depois da segunda edição da festa, sentimos que havia algo de estranho no ar, mesmo sem termos notícia direta do que havia acontecido - apesar de o evento ter ocorrido sem problemas, duas pessoas reclamaram com a administração do Shopping pelo fato de um casal gay estar no espaço. A administração, então, pressionou a equipe da Paratodos para que eles evitassem o público homossexual.
Mais tarde, outros eventos com público homossexual aconteceram e a administração do Lido pressionou a Paratodos até que a sala fechasse, mesmo tendo sido concluída por lá uma reforma de R$30.000 há poucas semanas da data do fechamento.
Queremos realizar um Beijaço no Shopping Lido neste próximo sábado, para que a gente possa evidenciar a sua mentalidade e coletar provas da homofobia do lugar. Pra quem não sabe o que é Beijaço, é um ato pacífico de manifestação política em que vários casais homossexuais se beijam dentro ou diante de algum estabelecimento que tenha agido de maneira homofóbica em ocasião anterior.
beijaço contra a homofobia em niterói!
a acontecer no dia 19/6 às 15h,no Shopping Lido:
Avenida Quintino Bocaiúva 325.ônibus em Niterói: 32, 33, 17, 62, vans pra Jurujuba.
ônibus do Rio: 996, 998, 740-D, vans pra Niterói.Fica próximo de Icaraí! Muito simples de chegar.
Por favor amig@s, repassem para tod@s aqueles que puderem participar.
--
Tiago Rubini
(21) 9820-6164
quarta-feira, 16 de junho de 2010
LSDiscos
A LSDiscos não é um selo, embora o ácido lisérgico seja usualmente distribuído sob essa apresentação. Na real, é um coletivo/laboratório de sonificções (escrita por sons) que envolve pessoas movidas pelo desejo de intervenção musical coletiva, de atacar sensorialmente os desprevenidos e os prevenidos. Para tanto, nós jogamos no liquidificador tudo que mexe com a cabeça: eletrônica experimental, pós-rock, collage, poesia sonora, nu musique concrete, afrofuturismo, digital hardcore, funk neurótico e action sound - como está escrito aí em cima, no cabeçalho. Por trás do nome "LSD", vc vai encontrar projetos díspares entre si, cada qual com um direcionamento estético distinto, mas unidos pela vontade de experimentar. Começou com "Os Jerssons" e "Bolor9", depois incorporou projetos paralelos de membros das duas bandas ("HDJ" e "Pós-Ravers") e de pessoas próximas que se interessaram pela ´trip´ e resolveram lançar álbuns ou se apresentar ao vivo junto - é o caso do "Xepah", do "Camões Let´s Go", do "Winchester" (responsáveis pelo antigo design do rizoma.net), do "DJVu" (tragicamente morto numa sauna gay, no ano passado) e até mesmo do "Cine Victoria" (que, aqui em São Paulo, lançou Nãomeuamor em co-edição com a LSDiscos). Os projetos que estão sendo trabalhados com mais ênfase, no momento, são "Stã-BrBrA" e "Carlos O Chacal". A proliferação de projetos e heterónimos é quase esquizofrênica entre nós, sendo extremamente incentivada. Uma característica dos nossos disquinhos é a total ausência de informações sobre integrantes, equipamentos etc. Alguns discos sequer trazem impresso o nome do projeto ou mesmo o selo "LSD". Ocultura, saca?
Nós fazemos questão de manter a infra num nível lo-tek, por inúmeras razões: não acreditamos em messianismo tecnológico, a grana é curta e os desafios que os equipamentos mais lo-tek propõem são bem excitantes. Fazer som com tecnologias ultrapassadas ou descartadas é uma coisa que também nos fascina. Acho que os rituais que envolvem as gravações são mais importantes para os resultados finais do que a metodologia. Nós nos encontramos aqui em casa (no centro velho de São Paulo), trocamos muitas idéias sobre discos, livros e pessoas que andam fazendo a cabeça no momento, abrimos uma "roda de loucura", chapando até os miolos se liqüefazerem, e só depois disso tudo é que estamos prontos para começar os trabalhos.
Alguns escrevem com palavras; outros com sons - o que é o nosso caso. "Experimentar o experimental" é sempre a nossa bússola. Já experimentamos tanto, mas tanto, que é possível afirmar que fazemos "Música Experimentada". Outra coisa importante para nós é a improvisação. Praticamente tudo que gravamos é improvisado - ou seja: composto, tocado e gravado ao mesmo tempo, o equivalente, em música, ao que os surrealistas chamavam de ´escrita automática´. É uma arma para manter a espontaneidade e, acima de tudo, a relação de prazer com a música. Sem falar que é um puta desafio fazer música improvisacional. E improvisar em música eletrônica é algo particularmente mais complexo, e, obviamente, mais sedutor. Improvisar sempre foi uma piração para nós; dominar a linguagem da improvisação sempre nos pareceu a fonte para a liberação das energias mais intensas e inconscientes com que a música pode lidar. Nem o som que sai desse laboratório nem os efeitos que ele causa são premeditados, o que faz com que a reação do ouvinte seja sempre uma surpresa: para ele e para nós.
TESTE DO ESTILHAÇO
Genesis P Orridge
Personagem bizarríssima do cenário musical inglês (Throbbing Gristle; Psychic TV), Genesis P Orridge empurra o procedimento do "cut-up" até os abismos da prática Magicka (bom crowleyano e decadente que é) e TotAlquímica (transmutando seu próprio corpo em andrógino). O sampler, aqui tratado como "estilhaço" (termo muito mais virulento e de grande sugestão neuropolítica), é o instrumento por excelência para detonar estados de consciência alterados e a arma perfeita para a liber-ação.
______
Pode-se dizer que samplear, jogar em loop e re-montar (tanto materiais encontrados como sons de lugares específicos selecionados pela precisão de relevância para as implicações da mensagem de uma peça de música ou uma exploração transmídia) é um fenômeno TotAlquímico e mesmo Magicko. Não importa quão curto ou aparentemente irreconhecível seja um sampler para a percepção de TEMPO linear; ele inevitavelmente irá conter dentro de si (e acessível por si) a soma total de absolutamente tudo que seu contexto original representava, comunicava ou tocava de qualquer forma. E, sobretudo, também deverá incluir implicitamente a soma total de todos os indivíduos ligados de qualquer forma à introdução e à construção no interior da cultura original (hospedeira), e qualquer cultura subsequente (mutada ou projetada e sob qualquer modo, meio e forma) estabelece contato com o "eterno" (nas zonas de tempo do passado, presente, futuro e quantum).
"Duas partículas quaisquer que tenham um dia estado em contato continuarão a agir como se elas estivessem informacionalmente conectadas, independente de sua separação no tempo e espaço" (Teorema de Bell)
Se arrancarmos um pedaço de um holograma e depois o espalharmos, per-c/ser-beremos que em cada fragmento (não importa se pequeno, grande ou irregular) é visível todo o holograma. Isto é um fenômeno incrivelmente significativo. Se pegarmos, por exemplo, um estilhaço de John Lennon, este estilhaço irá conter, dentro de si e de forma bastante real, tudo o que John Lennon tenha experienciado; tudo que John Lennon tenha dito, composto, escrito, desenhado, expressado; todos os que já o conheceram; a soma total de todas essas e quaisquer outras interações; todos aqueles que algum dia o ouviram ou leram ou o viram ou pensaram a seu respeito ou reagiram a John Lennon ou qualquer outra coisa remotamente conectada a ele; todas as combinações passadas, presentes e/ou futuras de parte ou de tudo acima escrito.
Toda essa informação enciclopédica - bem como a viagem pelo tempo a ela conectada pela memória e pela experiência prévia - segue esse "estilhaço" da memória, pelo que deveríamos estar bem conscientes de que ele carrega em si uma seqüência infinita de conexões e progressões pelo tempo e espaço - tão longe quanto se desejar. Agora podemos todos manter o poder de montar - via "estilhaços" - feixes de uma qualquer era. Tais feixes são, basicamente, lembranças (1). Na verdade, o que eles estão fazendo é contornar os usuais filtros da realidade consensual (já que esses últimos têm lugar numa forma aceitável como tv, filmes, músicas, palavras), bem como viajar diretamente para seções "a-históricas" de sua mente, detonando toda e qualquer reverberação consciente ou inconsciente relacionada com aquele estilhaço-hieróglifo.
DESSA FORMA TEMOS LIBERDADE INFINITA PARA ESCOLHER E MONTAR, E TUDO QUE MONTAMOS É UM RETRATO DO QUE CONHECEMOS OU DO QUE VISUALIZAMOS SER. O ESTILHAÇAMENTO FEITO COM HABILIDADE PODE GERAR MANIFESTAÇÃO: ESTE É O "TESTE DO ESTILHAÇO".
Escolhemos estilhaços, consciente e inconscientemente, para representar nossos próprios padrões miméticos (DNA), nossos próprios aspirações e marcas culturais; invocamos, num sentido verdadeiramente Magicko, manifestações, talvez até resultados, a fim de confundir e dar curto-circuito em nossas percepções e na segurança do todo.
Qualquer coisa, sob qualquer meio imaginável, de qualquer cultura, que esteja de algum jeito gravada, e que possa ser de qualquer forma tocada novamente, encontra-se acessível e infinitamente maleável e utilizável por qualquer artista. Tudo está disponível. Tudo é livre. Tudo é permitido. MONTAGEM é a linguagem invisível de nosso TEMPO. Escolhas infinitas da realidade são o presente do software para nossas crianças.
NOTA:
(1) Impossível traduzir o termo original, já que traz em seu interior outras palavras e idéias: RE ("fazer de novo", como em "remodelar"), MIND (mente), RE-MIND ("re-mentar" ou "refazer a mente") e REMIND ("relembrar"). Este é só um exemplo das idiossincrasias que percorrem todos seus textos ("thee" em vez de "the"; "ov" em vez de "of"; etc). Tudo muito ao gosto de um certo Genesis P Orridge ("porridge" = aveia; "origin" = origem). [Nota do Trad.]
Escrito por Mário Bortolotto 1__#$!@%!#__hr_g.gif ¨
30/08/2009
Ontem comentava com alguns amigos:
"Eu tenho um amigo que é tão intelectual que assiste filme pornô até o final".
Kitagawa então mandou essa:
"É que ele não quer ter uma idéia errada do filme".
Nós fazemos questão de manter a infra num nível lo-tek, por inúmeras razões: não acreditamos em messianismo tecnológico, a grana é curta e os desafios que os equipamentos mais lo-tek propõem são bem excitantes. Fazer som com tecnologias ultrapassadas ou descartadas é uma coisa que também nos fascina. Acho que os rituais que envolvem as gravações são mais importantes para os resultados finais do que a metodologia. Nós nos encontramos aqui em casa (no centro velho de São Paulo), trocamos muitas idéias sobre discos, livros e pessoas que andam fazendo a cabeça no momento, abrimos uma "roda de loucura", chapando até os miolos se liqüefazerem, e só depois disso tudo é que estamos prontos para começar os trabalhos.
Alguns escrevem com palavras; outros com sons - o que é o nosso caso. "Experimentar o experimental" é sempre a nossa bússola. Já experimentamos tanto, mas tanto, que é possível afirmar que fazemos "Música Experimentada". Outra coisa importante para nós é a improvisação. Praticamente tudo que gravamos é improvisado - ou seja: composto, tocado e gravado ao mesmo tempo, o equivalente, em música, ao que os surrealistas chamavam de ´escrita automática´. É uma arma para manter a espontaneidade e, acima de tudo, a relação de prazer com a música. Sem falar que é um puta desafio fazer música improvisacional. E improvisar em música eletrônica é algo particularmente mais complexo, e, obviamente, mais sedutor. Improvisar sempre foi uma piração para nós; dominar a linguagem da improvisação sempre nos pareceu a fonte para a liberação das energias mais intensas e inconscientes com que a música pode lidar. Nem o som que sai desse laboratório nem os efeitos que ele causa são premeditados, o que faz com que a reação do ouvinte seja sempre uma surpresa: para ele e para nós.
TESTE DO ESTILHAÇO
Genesis P Orridge
Personagem bizarríssima do cenário musical inglês (Throbbing Gristle; Psychic TV), Genesis P Orridge empurra o procedimento do "cut-up" até os abismos da prática Magicka (bom crowleyano e decadente que é) e TotAlquímica (transmutando seu próprio corpo em andrógino). O sampler, aqui tratado como "estilhaço" (termo muito mais virulento e de grande sugestão neuropolítica), é o instrumento por excelência para detonar estados de consciência alterados e a arma perfeita para a liber-ação.
______
Pode-se dizer que samplear, jogar em loop e re-montar (tanto materiais encontrados como sons de lugares específicos selecionados pela precisão de relevância para as implicações da mensagem de uma peça de música ou uma exploração transmídia) é um fenômeno TotAlquímico e mesmo Magicko. Não importa quão curto ou aparentemente irreconhecível seja um sampler para a percepção de TEMPO linear; ele inevitavelmente irá conter dentro de si (e acessível por si) a soma total de absolutamente tudo que seu contexto original representava, comunicava ou tocava de qualquer forma. E, sobretudo, também deverá incluir implicitamente a soma total de todos os indivíduos ligados de qualquer forma à introdução e à construção no interior da cultura original (hospedeira), e qualquer cultura subsequente (mutada ou projetada e sob qualquer modo, meio e forma) estabelece contato com o "eterno" (nas zonas de tempo do passado, presente, futuro e quantum).
"Duas partículas quaisquer que tenham um dia estado em contato continuarão a agir como se elas estivessem informacionalmente conectadas, independente de sua separação no tempo e espaço" (Teorema de Bell)
Se arrancarmos um pedaço de um holograma e depois o espalharmos, per-c/ser-beremos que em cada fragmento (não importa se pequeno, grande ou irregular) é visível todo o holograma. Isto é um fenômeno incrivelmente significativo. Se pegarmos, por exemplo, um estilhaço de John Lennon, este estilhaço irá conter, dentro de si e de forma bastante real, tudo o que John Lennon tenha experienciado; tudo que John Lennon tenha dito, composto, escrito, desenhado, expressado; todos os que já o conheceram; a soma total de todas essas e quaisquer outras interações; todos aqueles que algum dia o ouviram ou leram ou o viram ou pensaram a seu respeito ou reagiram a John Lennon ou qualquer outra coisa remotamente conectada a ele; todas as combinações passadas, presentes e/ou futuras de parte ou de tudo acima escrito.
Toda essa informação enciclopédica - bem como a viagem pelo tempo a ela conectada pela memória e pela experiência prévia - segue esse "estilhaço" da memória, pelo que deveríamos estar bem conscientes de que ele carrega em si uma seqüência infinita de conexões e progressões pelo tempo e espaço - tão longe quanto se desejar. Agora podemos todos manter o poder de montar - via "estilhaços" - feixes de uma qualquer era. Tais feixes são, basicamente, lembranças (1). Na verdade, o que eles estão fazendo é contornar os usuais filtros da realidade consensual (já que esses últimos têm lugar numa forma aceitável como tv, filmes, músicas, palavras), bem como viajar diretamente para seções "a-históricas" de sua mente, detonando toda e qualquer reverberação consciente ou inconsciente relacionada com aquele estilhaço-hieróglifo.
DESSA FORMA TEMOS LIBERDADE INFINITA PARA ESCOLHER E MONTAR, E TUDO QUE MONTAMOS É UM RETRATO DO QUE CONHECEMOS OU DO QUE VISUALIZAMOS SER. O ESTILHAÇAMENTO FEITO COM HABILIDADE PODE GERAR MANIFESTAÇÃO: ESTE É O "TESTE DO ESTILHAÇO".
Escolhemos estilhaços, consciente e inconscientemente, para representar nossos próprios padrões miméticos (DNA), nossos próprios aspirações e marcas culturais; invocamos, num sentido verdadeiramente Magicko, manifestações, talvez até resultados, a fim de confundir e dar curto-circuito em nossas percepções e na segurança do todo.
Qualquer coisa, sob qualquer meio imaginável, de qualquer cultura, que esteja de algum jeito gravada, e que possa ser de qualquer forma tocada novamente, encontra-se acessível e infinitamente maleável e utilizável por qualquer artista. Tudo está disponível. Tudo é livre. Tudo é permitido. MONTAGEM é a linguagem invisível de nosso TEMPO. Escolhas infinitas da realidade são o presente do software para nossas crianças.
NOTA:
(1) Impossível traduzir o termo original, já que traz em seu interior outras palavras e idéias: RE ("fazer de novo", como em "remodelar"), MIND (mente), RE-MIND ("re-mentar" ou "refazer a mente") e REMIND ("relembrar"). Este é só um exemplo das idiossincrasias que percorrem todos seus textos ("thee" em vez de "the"; "ov" em vez de "of"; etc). Tudo muito ao gosto de um certo Genesis P Orridge ("porridge" = aveia; "origin" = origem). [Nota do Trad.]
Escrito por Mário Bortolotto 1__#$!@%!#__hr_g.gif ¨
30/08/2009
Ontem comentava com alguns amigos:
"Eu tenho um amigo que é tão intelectual que assiste filme pornô até o final".
Kitagawa então mandou essa:
"É que ele não quer ter uma idéia errada do filme".
Ilha do Medo
1269114258_l_1130884_9aed67fa.jpg ¨
Duas tramas se sobrepõem em Ilha do Medo: uma trama de mistério que envolve dois investigadores federais procurando pistas de uma mulher que desapareceu numa prisão psiquiátrica de segurança máxima, localizada numa ilha permeada de segredos; e uma trama subjetiva de um homem que presenciou horrores na guerra, depois perdeu a esposa, depois sofreu com o alcoolismo e agora tenta lidar com seus traumas. Scorsese une os dois fios narrativos numa ficção paranóica à moda antiga, movida por teorias conspiratórias, fumaça de cigarros, vilões de sotaque germânico, enredo psicanalítico etc. Ilha do Medo repete a mão pesada dos filmes recentes de Scorsese. Mas aqui não é a montagem de Thelma Schoonmaker a principal responsável pelo mau acabamento de algumas partes: seu trabalho foi preciso desta vez. A fotografia de Robert Richardson, em compensação, tem vários momentos de muito mau gosto, sobretudo nos flash-backs de cor estridente e luz hiper-exposta de Teddy (Leonardo DiCaprio) com sua esposa: para mostrar o estado agonizante de um mundo – o da classe média americana dos anos 1950 – que era vendido como sinônimo de conforto, amenidade, perfeição, Scorsese e Richardson exageraram na dose e saturaram ao máximo os tons pastéis das roupas e dos interiores das casas, sublinhando o apodrecimento que estava por trás da imagem do bem-estar numa estratégia visual um tanto pobre. A trilha sonora também entra rasgando e martela os acordes de suspense nos nossos ouvidos até cansar, mas o efeito dramático obtido é muito mais interessante que o da fotografia. Scorsese tem algumas posturas curiosas para um diretor veterano. Ele lida com algumas referências cinéfilas como se ainda fosse um novato. Na cena em que Teddy explode o carro de um dos psiquiatras, por exemplo, há um plano claramente tarkovskiano que consiste num travelling lateral em câmera lentíssima, com a mulher e a filha de Teddy à frente do carro, memória e presente condensados no mesmo bloco de espaço-tempo. É como se Scorsese tivesse acabado de ver Nostalgia pela
primeira vez quando rodou aquele plano.
lsdiscos • A nata dos derretidos
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Duas tramas se sobrepõem em Ilha do Medo: uma trama de mistério que envolve dois investigadores federais procurando pistas de uma mulher que desapareceu numa prisão psiquiátrica de segurança máxima, localizada numa ilha permeada de segredos; e uma trama subjetiva de um homem que presenciou horrores na guerra, depois perdeu a esposa, depois sofreu com o alcoolismo e agora tenta lidar com seus traumas. Scorsese une os dois fios narrativos numa ficção paranóica à moda antiga, movida por teorias conspiratórias, fumaça de cigarros, vilões de sotaque germânico, enredo psicanalítico etc. Ilha do Medo repete a mão pesada dos filmes recentes de Scorsese. Mas aqui não é a montagem de Thelma Schoonmaker a principal responsável pelo mau acabamento de algumas partes: seu trabalho foi preciso desta vez. A fotografia de Robert Richardson, em compensação, tem vários momentos de muito mau gosto, sobretudo nos flash-backs de cor estridente e luz hiper-exposta de Teddy (Leonardo DiCaprio) com sua esposa: para mostrar o estado agonizante de um mundo – o da classe média americana dos anos 1950 – que era vendido como sinônimo de conforto, amenidade, perfeição, Scorsese e Richardson exageraram na dose e saturaram ao máximo os tons pastéis das roupas e dos interiores das casas, sublinhando o apodrecimento que estava por trás da imagem do bem-estar numa estratégia visual um tanto pobre. A trilha sonora também entra rasgando e martela os acordes de suspense nos nossos ouvidos até cansar, mas o efeito dramático obtido é muito mais interessante que o da fotografia. Scorsese tem algumas posturas curiosas para um diretor veterano. Ele lida com algumas referências cinéfilas como se ainda fosse um novato. Na cena em que Teddy explode o carro de um dos psiquiatras, por exemplo, há um plano claramente tarkovskiano que consiste num travelling lateral em câmera lentíssima, com a mulher e a filha de Teddy à frente do carro, memória e presente condensados no mesmo bloco de espaço-tempo. É como se Scorsese tivesse acabado de ver Nostalgia pela
primeira vez quando rodou aquele plano.
lsdiscos • A nata dos derretidos
roberto alvim
diário de guerra
Alguns livros altamente recomendáveis a quem não compactue da idiotia coletiva contemporânea: ONDA DE CRIMES, de James Ellroy, conjunto de histórias do maior autor noir americano, incluindo aquela em que remói o assassinato de sua própria mãe, crime que permaneceu não-resolvido e que deu voz de escritor a Ellroy; GLAMORAMA, clássico instantâneo do grande Bret Easton Ellis: modelos, champagne e corpos humanos estraçalhados no Cafe de Flore; 1933 FOI UM ANO RUIM, do pai-de-todos John Fante – humano, humano, humano...; A GORDA DO TIKI BAR, do Dalton Trevisan, safado e divertido, uma hora de masturbação satisfatória ou seu dinheiro de volta; e TERRORISTAS DO MILÊNIO, do gênio J. G. Ballard, abrindo mais um bolsão de imaginação onde não prevíamos ser possível. É isso aí, amiguinhos: TV e cinema fedem; literatura ainda é a maior diversão...
*
Esqueci de mencionar JOANA A CONTRAGOSTO, do Marcelo Mirisola, certamente um dos maiores escritores brasileiros em atividade, ainda que pouco conhecido (e poderia ser diferente?). O cara tem cinco livros publicados e escreve como um psicopata mata: obsessivo, meticuloso, ensandecido. O sangue que encharca as páginas é dele e é nosso, também.
*
E permitam-me ainda me referir ao prazer de uma descoberta sensacional: a da literatura do Nilo Oliveira. Caiu-me nas mãos a obra-prima PORNOGRAFIA PESSOAL (DE UM ILUSIONISTA FRACASSADO), conjunto de contos do sujeito. Indescritível – uma porrada que deu medo e que me fez sonhar com antigos demônios que eu precisava rever... O livro do Nilo Oliveira conjurou os ditos pra mim e não foi uma experiência agradável. Mas o caso é que eu seria um ser humano mais pobre se não tivesse lido o seu PORNOGRAFIA PESSOAL.
*
Por último na lista de presentes, um disco: 4, do Los Hermanos. Se você não está familiarizado com a música do grupo provavelmente vai detestar o som na primeira audição. Mas, sem saber muito bem porque, vai querer ouvir uma segunda vez, e aí... Marcelo Camelo é o melhor compositor jovem do Brasil; Rodrigo Amarante também é impressionante, e a banda está anos-luz à frente destas merdas que ouvimos nas FMs: Skank, JQuest, etc, etc. Altíssimo nível, a música e a poesia. Um alento, uma alegria, um eco – nossas almas torturadas pela imbecilidade do senso comum agradecem.
*
Vi hoje na TV a cabo MODIGLIANI, filme sobre o pintor com o fraco Andy Garcia no papel principal. Interessante pelo personagem e sua história de vida: Amadeu Modigliani (por cuja obra eu particularmente nutro um forte amor sensorial, imenso apreço pelo prazer que me proporciona a observação de seus quadros – alguns deles residindo em São Paulo, no Masp), de ascendência italiana, viveu em Paris no mesmo período de Renoir (que é apresentado no filme como um Deus meio louco, alheio a tudo que não seja pintura, passeando perdido na Terra...). Teve uma série de episódios de rivalidade com Picasso – brigas públicas, ofensas mútuas, sempre disputando quem tinha o pau maior. Claro que o de Picasso era maior, e o caráter amoral e perverso do espanhol subjuga e humilha em diversas ocasiões o frágil e alucinado Modigliani. O filme reproduz um diálogo entre eles que realmente ocorreu: PP- Sabe qual é a diferença entre Picasso e Modigliani?
AM- (Receoso) Não...
PP- (Sorrindo zombeteiramente) O sucesso! De certo modo, o que Picasso fazia era provocar até a loucura pintores que ele considerava potencialmente bons, para que, movidos pelo ódio a ele, pudessem ir mais longe em suas habilidades. A raiva, sabia Picasso, sempre foi o motor mais poderoso a impulsionar o gênio humano...
*
Mas o mais interessante no filme é observar como Modigliani e seus companheiros, os grandes (e razoavelmente obscuros) Soutine e Utrillo, entregavam-se a suas visões de mundo e delas não abriam mão nem sob tortura (morrem todos loucos, internados em manicômios, alcoólatras, drogados, marginais, mas fiéis a si mesmos). Modigliani via as pessoas de um jeito muito específico e as pintava dessa maneira; poderia pintá-las de um modo belamente tradicional, tinha habilidade para tal, mas não o fazia, não podia fazê-lo... Preferia passar fome, ficar doente, morrer, a trair sua arte. Não era um discurso, era sua vida inteira. Por quê? O que o movia, que valores? Hoje rotulamos essa atitude como romântica e nos abrigamos em nossos aquários de cinismo e pragmatismo, nos localizando saudavelmente operacionais em nosso fantástico mundo de serviços... Que força movia Modigliani, Soutine, Utrillo, Renoir? E por que essa loucura não faz parte de nossas vidas? Por quê?
*
A obra de arte é sempre comovente e desagradável. Ao mesmo tempo.
*
Mulher. Coisa rara de acontecer. E, quando acontece, coisa rara de dar certo. Um bicho escorregadio, aparelhado de silêncios imprevisíveis e pequenos objetos íntimos esquecidos de propósito pela casa. Tudo premeditado – o perfume na fronha, os brincos sobre o criado-mudo – pra tornar ainda mais pesada a solidão que deixam no seu rastro depois que batem a porta atrás de si, pra nunca mais.. Nilo Oliveira, Carta de amor (pra acabar de vez com a tua admiração) Escrito por Mário Bortolotto às 05h18
diário de guerra
Alguns livros altamente recomendáveis a quem não compactue da idiotia coletiva contemporânea: ONDA DE CRIMES, de James Ellroy, conjunto de histórias do maior autor noir americano, incluindo aquela em que remói o assassinato de sua própria mãe, crime que permaneceu não-resolvido e que deu voz de escritor a Ellroy; GLAMORAMA, clássico instantâneo do grande Bret Easton Ellis: modelos, champagne e corpos humanos estraçalhados no Cafe de Flore; 1933 FOI UM ANO RUIM, do pai-de-todos John Fante – humano, humano, humano...; A GORDA DO TIKI BAR, do Dalton Trevisan, safado e divertido, uma hora de masturbação satisfatória ou seu dinheiro de volta; e TERRORISTAS DO MILÊNIO, do gênio J. G. Ballard, abrindo mais um bolsão de imaginação onde não prevíamos ser possível. É isso aí, amiguinhos: TV e cinema fedem; literatura ainda é a maior diversão...
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Esqueci de mencionar JOANA A CONTRAGOSTO, do Marcelo Mirisola, certamente um dos maiores escritores brasileiros em atividade, ainda que pouco conhecido (e poderia ser diferente?). O cara tem cinco livros publicados e escreve como um psicopata mata: obsessivo, meticuloso, ensandecido. O sangue que encharca as páginas é dele e é nosso, também.
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E permitam-me ainda me referir ao prazer de uma descoberta sensacional: a da literatura do Nilo Oliveira. Caiu-me nas mãos a obra-prima PORNOGRAFIA PESSOAL (DE UM ILUSIONISTA FRACASSADO), conjunto de contos do sujeito. Indescritível – uma porrada que deu medo e que me fez sonhar com antigos demônios que eu precisava rever... O livro do Nilo Oliveira conjurou os ditos pra mim e não foi uma experiência agradável. Mas o caso é que eu seria um ser humano mais pobre se não tivesse lido o seu PORNOGRAFIA PESSOAL.
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Por último na lista de presentes, um disco: 4, do Los Hermanos. Se você não está familiarizado com a música do grupo provavelmente vai detestar o som na primeira audição. Mas, sem saber muito bem porque, vai querer ouvir uma segunda vez, e aí... Marcelo Camelo é o melhor compositor jovem do Brasil; Rodrigo Amarante também é impressionante, e a banda está anos-luz à frente destas merdas que ouvimos nas FMs: Skank, JQuest, etc, etc. Altíssimo nível, a música e a poesia. Um alento, uma alegria, um eco – nossas almas torturadas pela imbecilidade do senso comum agradecem.
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Vi hoje na TV a cabo MODIGLIANI, filme sobre o pintor com o fraco Andy Garcia no papel principal. Interessante pelo personagem e sua história de vida: Amadeu Modigliani (por cuja obra eu particularmente nutro um forte amor sensorial, imenso apreço pelo prazer que me proporciona a observação de seus quadros – alguns deles residindo em São Paulo, no Masp), de ascendência italiana, viveu em Paris no mesmo período de Renoir (que é apresentado no filme como um Deus meio louco, alheio a tudo que não seja pintura, passeando perdido na Terra...). Teve uma série de episódios de rivalidade com Picasso – brigas públicas, ofensas mútuas, sempre disputando quem tinha o pau maior. Claro que o de Picasso era maior, e o caráter amoral e perverso do espanhol subjuga e humilha em diversas ocasiões o frágil e alucinado Modigliani. O filme reproduz um diálogo entre eles que realmente ocorreu: PP- Sabe qual é a diferença entre Picasso e Modigliani?
AM- (Receoso) Não...
PP- (Sorrindo zombeteiramente) O sucesso! De certo modo, o que Picasso fazia era provocar até a loucura pintores que ele considerava potencialmente bons, para que, movidos pelo ódio a ele, pudessem ir mais longe em suas habilidades. A raiva, sabia Picasso, sempre foi o motor mais poderoso a impulsionar o gênio humano...
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Mas o mais interessante no filme é observar como Modigliani e seus companheiros, os grandes (e razoavelmente obscuros) Soutine e Utrillo, entregavam-se a suas visões de mundo e delas não abriam mão nem sob tortura (morrem todos loucos, internados em manicômios, alcoólatras, drogados, marginais, mas fiéis a si mesmos). Modigliani via as pessoas de um jeito muito específico e as pintava dessa maneira; poderia pintá-las de um modo belamente tradicional, tinha habilidade para tal, mas não o fazia, não podia fazê-lo... Preferia passar fome, ficar doente, morrer, a trair sua arte. Não era um discurso, era sua vida inteira. Por quê? O que o movia, que valores? Hoje rotulamos essa atitude como romântica e nos abrigamos em nossos aquários de cinismo e pragmatismo, nos localizando saudavelmente operacionais em nosso fantástico mundo de serviços... Que força movia Modigliani, Soutine, Utrillo, Renoir? E por que essa loucura não faz parte de nossas vidas? Por quê?
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A obra de arte é sempre comovente e desagradável. Ao mesmo tempo.
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Mulher. Coisa rara de acontecer. E, quando acontece, coisa rara de dar certo. Um bicho escorregadio, aparelhado de silêncios imprevisíveis e pequenos objetos íntimos esquecidos de propósito pela casa. Tudo premeditado – o perfume na fronha, os brincos sobre o criado-mudo – pra tornar ainda mais pesada a solidão que deixam no seu rastro depois que batem a porta atrás de si, pra nunca mais.. Nilo Oliveira, Carta de amor (pra acabar de vez com a tua admiração) Escrito por Mário Bortolotto às 05h18
Biography of Kerry Laitala
Laitala grew up in the wilds of the Maine coast, while developing a chronic passion for old things. She attended Massachusetts College of Art studying Photography and Film and received her Masters degree from the San Francisco Art Institute in Film. She has been awarded the Princess Grace Award in 1996, and the Special Projects Grant from PGF in 2004 and 2007. Awards have also been received from the Black Maria Film Festival and Big Muddy Film Festival and the San Francisco International Film Festival as well as residency at the Academie Schloss Solitude near Stuttgart, Germany. Her penchant for medical imagery and artifacts of decay springs from occupations in medical and dental institutions where she works during the day when she is not teaching film classes at the San Francisco Art Institute. For every work she produces, she places her fingers on the pulse of the piece and allows it to grow organically without a script or prescribed plan. She prescribes to the concepts laid down by Germaine Dulac, maker of surrealist films in the 1920’s, that cinema should not be enslaved by narrative and theatre, and is interested in expansive forms of media production. Laitala is deeply invested in the process of working directly with the film medium basically is involved in all aspects of production: shooting, developing, editing and sound design as well as optical printing much of material to further re-work it into another form.
Laitala's second 35mm film entitled the "Muse of Cinema" has recently premiered at the 36th International Film Festival Rotterdam, has won the Director's Choice Award from the Black Maria Film and Video Festival, and the Best Bay Area Non Documentary Film Award from the 50th San Francisco International Film Festival. "Torchlight Tango", completed in 2005, is a film that lyrically demonstrates the hand- made film process and shows the maker at work on the first film in the Muse Series. Torchlight Tango has garnered awards at both the S. F. International Film Festival and the Black Maria Film Festival.
Projector performances include a piece entitled "Hocus Pocus… Abracadabra!!!" which won the Chris Holter Visionary Film Award from the 2007 Madcat Women's International Film Festival. Otherwise known as expanded cinema, this hybrid multiple projector work incorporates several different media including 16mm loops, 35mm slides and video with a stereo soundtrack. "Hocus Pocus… ABRACADABRA" is a true hybrid, performance piece: conceptually, anachronistically and technologically speaking. Intertwining live sleight of hand illusions and the magical evocation of past spirits, "Hocus Pocus…" highlights the intersection of these two types of spectral displays. Laitala was also invited to perform this piece at the Rubicon Estate's Centennial Museum's Gala opening in Napa Valley with Francis Ford Coppala in attendance.
She is currently in post production on the hand made, hand processed films entitled the "Muse of Cinema Series" with a flashlight in her studio. “Phantogram” is her most recently completed project and she is in the process of finishing “Spectrolgy” on 16mm film with an optical soundtrack. This film artist uses the “Muse Series” to directly address the audience by re-animating Magic Lantern slides from the early years of cinema, and incorporating them into a cinematic collage. Her work has been screened internationally and in the celestial ether which connects us with the music of the spheres.
Laitala was also chosen as a recipient of a GOLDIE- (Guardian Outstanding Local Discovery Award) -2007 from the San Francisco Bay Guardian
Laitala grew up in the wilds of the Maine coast, while developing a chronic passion for old things. She attended Massachusetts College of Art studying Photography and Film and received her Masters degree from the San Francisco Art Institute in Film. She has been awarded the Princess Grace Award in 1996, and the Special Projects Grant from PGF in 2004 and 2007. Awards have also been received from the Black Maria Film Festival and Big Muddy Film Festival and the San Francisco International Film Festival as well as residency at the Academie Schloss Solitude near Stuttgart, Germany. Her penchant for medical imagery and artifacts of decay springs from occupations in medical and dental institutions where she works during the day when she is not teaching film classes at the San Francisco Art Institute. For every work she produces, she places her fingers on the pulse of the piece and allows it to grow organically without a script or prescribed plan. She prescribes to the concepts laid down by Germaine Dulac, maker of surrealist films in the 1920’s, that cinema should not be enslaved by narrative and theatre, and is interested in expansive forms of media production. Laitala is deeply invested in the process of working directly with the film medium basically is involved in all aspects of production: shooting, developing, editing and sound design as well as optical printing much of material to further re-work it into another form.
Laitala's second 35mm film entitled the "Muse of Cinema" has recently premiered at the 36th International Film Festival Rotterdam, has won the Director's Choice Award from the Black Maria Film and Video Festival, and the Best Bay Area Non Documentary Film Award from the 50th San Francisco International Film Festival. "Torchlight Tango", completed in 2005, is a film that lyrically demonstrates the hand- made film process and shows the maker at work on the first film in the Muse Series. Torchlight Tango has garnered awards at both the S. F. International Film Festival and the Black Maria Film Festival.
Projector performances include a piece entitled "Hocus Pocus… Abracadabra!!!" which won the Chris Holter Visionary Film Award from the 2007 Madcat Women's International Film Festival. Otherwise known as expanded cinema, this hybrid multiple projector work incorporates several different media including 16mm loops, 35mm slides and video with a stereo soundtrack. "Hocus Pocus… ABRACADABRA" is a true hybrid, performance piece: conceptually, anachronistically and technologically speaking. Intertwining live sleight of hand illusions and the magical evocation of past spirits, "Hocus Pocus…" highlights the intersection of these two types of spectral displays. Laitala was also invited to perform this piece at the Rubicon Estate's Centennial Museum's Gala opening in Napa Valley with Francis Ford Coppala in attendance.
She is currently in post production on the hand made, hand processed films entitled the "Muse of Cinema Series" with a flashlight in her studio. “Phantogram” is her most recently completed project and she is in the process of finishing “Spectrolgy” on 16mm film with an optical soundtrack. This film artist uses the “Muse Series” to directly address the audience by re-animating Magic Lantern slides from the early years of cinema, and incorporating them into a cinematic collage. Her work has been screened internationally and in the celestial ether which connects us with the music of the spheres.
Laitala was also chosen as a recipient of a GOLDIE- (Guardian Outstanding Local Discovery Award) -2007 from the San Francisco Bay Guardian
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ADULT.
Biografia
O ADULT. foi formado no final dos anos 90, em Detroit, pela fotógrafa de moda Nicola Kuperus e pelo músico Adam Lee Miller (Le Car, Artificial Material). Junto com artistas como o Dopplereffekt e seus próprios colegas do Ersatz Audio, eles foram responsáveis por manter viva nos anos 90 a tradição do electro oitentista.
ADULT.
Biografia
O ADULT. foi formado no final dos anos 90, em Detroit, pela fotógrafa de moda Nicola Kuperus e pelo músico Adam Lee Miller (Le Car, Artificial Material). Junto com artistas como o Dopplereffekt e seus próprios colegas do Ersatz Audio, eles foram responsáveis por manter viva nos anos 90 a tradição do electro oitentista.
sábado, 3 de abril de 2010
TEXTO
“Interdição em andamento, livre & preso estamos ao mesmo tempo. A doença se propaga em câmera lenta. O Poeta Morto nasce do aborto”.
“O precipício é meu amigo, seres banidos protegem menino bandido, o julgador é uma bela prostituta de meias sensuais pretas, vestindo vestido preto, de óculos, sentada na cadeira da promotoria”.
“As hordas se apresentam consecutivas, atiro a queima roupa, entro nas águas, atravesso o rio, chego ao gramado iluminado do outro lado, casinha branca, telhas de barro”.
“O Estado se representa pelo esquecimento dos fatos, na escuridão a luz continua iluminada, sou um falsário das minhas idéias em decomposição, cantando ponto, rezando mantra”.
“A película falsificada denuncia a confusão dos fatos, não comporto a potência latente das correntes da loucura, primavera descascada! A folia me transborda antes do ataque eminente, a retomada dos territórios nativos da grande Guanabara dos Tupinambás está por vir!”
“Os códigos arcaicos da transformação dos paradigmas falidos se decompõe no conformismo decadente do discurso reacionário neoliberal, há putrefada coroa imperialista na cabeça dos governistas”.
“O sonho e os caminhos iluminados estão nos confins das florestas escuras, nas profundezas dos lagos. Oceanos absurdos & obscuros, mergulho noturno, lua, conteúdos complexos, água salgada e doce, vinho, dança, música & meninas nuas deliciosas”.
“O precipício é meu amigo, seres banidos protegem menino bandido, o julgador é uma bela prostituta de meias sensuais pretas, vestindo vestido preto, de óculos, sentada na cadeira da promotoria”.
“As hordas se apresentam consecutivas, atiro a queima roupa, entro nas águas, atravesso o rio, chego ao gramado iluminado do outro lado, casinha branca, telhas de barro”.
“O Estado se representa pelo esquecimento dos fatos, na escuridão a luz continua iluminada, sou um falsário das minhas idéias em decomposição, cantando ponto, rezando mantra”.
“A película falsificada denuncia a confusão dos fatos, não comporto a potência latente das correntes da loucura, primavera descascada! A folia me transborda antes do ataque eminente, a retomada dos territórios nativos da grande Guanabara dos Tupinambás está por vir!”
“Os códigos arcaicos da transformação dos paradigmas falidos se decompõe no conformismo decadente do discurso reacionário neoliberal, há putrefada coroa imperialista na cabeça dos governistas”.
“O sonho e os caminhos iluminados estão nos confins das florestas escuras, nas profundezas dos lagos. Oceanos absurdos & obscuros, mergulho noturno, lua, conteúdos complexos, água salgada e doce, vinho, dança, música & meninas nuas deliciosas”.
Cambralha - longa
aspectos meta-existenciais da personagem:
01. ANJA NEGRA, mensageira onírica universal, rizoma da semiótica do feminino, animus, andarilha das madrugadas, dona das encruzilhadas, conhecedora de todos os espaços obscuros das grandes cidades desnudas.
Sua sombra é a sua melhor amiga, perpassa dentre lugares não ditos, mal ditos & temidos.
Seu corpo se transmuta conforme seu estado letal, trava batalhas espirituais com elementos inconscientes devastadores, mergulha profundo no self, desata a trama da humanidade doente em micro segundos inexistentes. Curandeira das almas, amiga dos desesperados, combatente anarquista dos antigos exércitos libertários desaparecidos, sobrevivente das linhas de combate.
Nômade Sambaqui, viveu com nativos Tupinambás, neta de Cunhãnbébe, lutou na Confederação dos Tamoios, esposa de Zumbi, hoje vaga solitária a luz das ruas iluminadas.
Alta e baixa, gorda e magra, vermelha, amarela, preta e branca, forte cabocla fraca, conhecedora dos códigos arcaicos ignorados pelas ciências exatas. A poesia é sua gíria, sua língua materna, sobrevoa hemisférios inabitados pela humanidade conformada, lá faz sua morada. Descendente do nada, irmã mais nova de Irin-Magé, sua família vive nas águas, sua mãe é a dona dos mares, seu pai, rei dos oceanos. Sua terra natal é o fundo do mar, cabocla virtual das correntezas mais violentas inatas, um de seus nomes é Guajupiá, grande guerreiro de Ipopema.
A pesar de ter nascido morta, a ANJA NEGRA vaga putrefada, linda, indomada, usa todos os perfumes da madrugada, transmuta odores íntimos, visceralidade hereditária das entranhas de todas as artes, profundeza grotesca, formas monstruosas arrebatadoras, espera o dia nascer para sentir a volta de seu pai a terra fria.
ANJA NEGRA, mãe da CAMBRALHA, entidade inventada cheia de significados arranjados, somente energia unificada perdidamente dilacerada traduz a fascinante lógica do nada.
Seu figurino eclético varia entre simples vestes brancas, roupas remendadas, usa terno e mala de couro, oscila várias vezes ao dia, é o homem mais rico do universo, sua herança é a ancestralidade enraizada, energia sincronizada a luz dos astros dilacerados.
Vezes se encontra embriagada, quando abstinente, acorda cedo e caminha pelos litorais das cidades baixas. É presidiária, interna das instituições da morte, o manicômio sua casa, no acaso encontra-se com o velho das montanhas das encruzilhadas. A pouco seu ancestral fora desenterrado por uma equipe de jovens arqueólogos esforçados, na Lagoa Santa, perto do antigo Lago.
01. ANJA NEGRA, mensageira onírica universal, rizoma da semiótica do feminino, animus, andarilha das madrugadas, dona das encruzilhadas, conhecedora de todos os espaços obscuros das grandes cidades desnudas.
Sua sombra é a sua melhor amiga, perpassa dentre lugares não ditos, mal ditos & temidos.
Seu corpo se transmuta conforme seu estado letal, trava batalhas espirituais com elementos inconscientes devastadores, mergulha profundo no self, desata a trama da humanidade doente em micro segundos inexistentes. Curandeira das almas, amiga dos desesperados, combatente anarquista dos antigos exércitos libertários desaparecidos, sobrevivente das linhas de combate.
Nômade Sambaqui, viveu com nativos Tupinambás, neta de Cunhãnbébe, lutou na Confederação dos Tamoios, esposa de Zumbi, hoje vaga solitária a luz das ruas iluminadas.
Alta e baixa, gorda e magra, vermelha, amarela, preta e branca, forte cabocla fraca, conhecedora dos códigos arcaicos ignorados pelas ciências exatas. A poesia é sua gíria, sua língua materna, sobrevoa hemisférios inabitados pela humanidade conformada, lá faz sua morada. Descendente do nada, irmã mais nova de Irin-Magé, sua família vive nas águas, sua mãe é a dona dos mares, seu pai, rei dos oceanos. Sua terra natal é o fundo do mar, cabocla virtual das correntezas mais violentas inatas, um de seus nomes é Guajupiá, grande guerreiro de Ipopema.
A pesar de ter nascido morta, a ANJA NEGRA vaga putrefada, linda, indomada, usa todos os perfumes da madrugada, transmuta odores íntimos, visceralidade hereditária das entranhas de todas as artes, profundeza grotesca, formas monstruosas arrebatadoras, espera o dia nascer para sentir a volta de seu pai a terra fria.
ANJA NEGRA, mãe da CAMBRALHA, entidade inventada cheia de significados arranjados, somente energia unificada perdidamente dilacerada traduz a fascinante lógica do nada.
Seu figurino eclético varia entre simples vestes brancas, roupas remendadas, usa terno e mala de couro, oscila várias vezes ao dia, é o homem mais rico do universo, sua herança é a ancestralidade enraizada, energia sincronizada a luz dos astros dilacerados.
Vezes se encontra embriagada, quando abstinente, acorda cedo e caminha pelos litorais das cidades baixas. É presidiária, interna das instituições da morte, o manicômio sua casa, no acaso encontra-se com o velho das montanhas das encruzilhadas. A pouco seu ancestral fora desenterrado por uma equipe de jovens arqueólogos esforçados, na Lagoa Santa, perto do antigo Lago.
quarta-feira, 17 de março de 2010
CAMBRALHA!
== '''CAMBRALHA!''' ==
'''Resto de tudo indeferido'''
Depois do almoço me deito no quarto todo desenhado, pichado, pintado, liberdade desconcertada, paredes por todo lado, maravilhosa cela herdada, cores, luzes do escuro que denunciam meu pequeno espaço. Casal dançando dentro do quadro roubado do Parque, princípio, lugar onde minha professora me levava pra ver aquele lago.
Sonho... No começo a palavra, CAMBRALHA! Registro no muro sem medo do futuro, volto a dormir. Oníricos conteúdos dançantes, formas, mundos, línguas estranhas, castelos, cabelo, cabelos, calabouços durante anos e anos.
Volto à sala de visitas, aparelhos magnéticos, resquícios do comunismo, lá fora o capitalismo, aqui dentro o anarquismo. Eletrodomésticos, tudo ladrilhado lado a lado, tratamento intensivo, eletro convulso terapia, psicocirurgia, neurastenia, mania.
Liberto e preso estamos ao mesmo tempo, o significado do rizoma não traduz a lógica da humanidade doente, Deus, outra palavra inventada cheia de significados arranjados, somente energia unificada perdidamente dilacerada traduz a fascinante lógica do nada.
De cabeça inverto o roteiro, estranho, apenas meus amigos primitivos me respeitam, com eles sigo rumo ao mosteiro, a vida é o caminho inteiro, sigo pelo meio porque sou os limites dos extremos em mim mesmo.
Arte, última das religiões, chance última do vir a ser, janela pela qual sinto a pulsão universo.
A palavra lentamente doma o significado, mordo o rabo, junto a raiz do Jequitibá durmo entrelaçado, escura cela destroçada, enterrado renasço morto calado, ressurreição pelo ralo, emerjo na boca do diabo, ao lado daquela cachoeira que jorra a água prateada do pecado.
Cambralha, cidade perdida nas lembranças da humanidade, liberdade, prisão pela qual emerge as mentiras e as verdades, todas as raças indefinidas somadas à luz das possibilidades, sentido metafórico de tudo esquecido, vivo, na memória das Artes.
'''Resto de tudo indeferido'''
Depois do almoço me deito no quarto todo desenhado, pichado, pintado, liberdade desconcertada, paredes por todo lado, maravilhosa cela herdada, cores, luzes do escuro que denunciam meu pequeno espaço. Casal dançando dentro do quadro roubado do Parque, princípio, lugar onde minha professora me levava pra ver aquele lago.
Sonho... No começo a palavra, CAMBRALHA! Registro no muro sem medo do futuro, volto a dormir. Oníricos conteúdos dançantes, formas, mundos, línguas estranhas, castelos, cabelo, cabelos, calabouços durante anos e anos.
Volto à sala de visitas, aparelhos magnéticos, resquícios do comunismo, lá fora o capitalismo, aqui dentro o anarquismo. Eletrodomésticos, tudo ladrilhado lado a lado, tratamento intensivo, eletro convulso terapia, psicocirurgia, neurastenia, mania.
Liberto e preso estamos ao mesmo tempo, o significado do rizoma não traduz a lógica da humanidade doente, Deus, outra palavra inventada cheia de significados arranjados, somente energia unificada perdidamente dilacerada traduz a fascinante lógica do nada.
De cabeça inverto o roteiro, estranho, apenas meus amigos primitivos me respeitam, com eles sigo rumo ao mosteiro, a vida é o caminho inteiro, sigo pelo meio porque sou os limites dos extremos em mim mesmo.
Arte, última das religiões, chance última do vir a ser, janela pela qual sinto a pulsão universo.
A palavra lentamente doma o significado, mordo o rabo, junto a raiz do Jequitibá durmo entrelaçado, escura cela destroçada, enterrado renasço morto calado, ressurreição pelo ralo, emerjo na boca do diabo, ao lado daquela cachoeira que jorra a água prateada do pecado.
Cambralha, cidade perdida nas lembranças da humanidade, liberdade, prisão pela qual emerge as mentiras e as verdades, todas as raças indefinidas somadas à luz das possibilidades, sentido metafórico de tudo esquecido, vivo, na memória das Artes.
domingo, 7 de março de 2010
Fragmento galáxial
Capítulo 03
As memórias afetivas populares resistem, as batalhas perdidas reafirmam a causa, a guerra está por revelar outras esquinas, Monan respira, a Guanabara urge em plenitude no alto do azul, na areia branca, nas matas e pedreiras de Xangô-Agodô, o Justiceiro anunciador.
Lá em cima, na quadra do baile, uma placa do Brizola me fez lembrar do papai. Enquanto a batalha se trava no alto, em baixo o jogo não para, o ser humano é escravo do mesmo, da culpa, da doença, do medo do medo e, por fim, da morte. Desvio quando impossível, quando não, dou meu jeito. De repente as coisas deram certo, agora bebo bebida cara, pelo menos até amanhã... Aí então uma sardinha, uma dose de cachaça e carnaval... até o dia raia, depois é outro casamento.
As memórias afetivas populares resistem, as batalhas perdidas reafirmam a causa, a guerra está por revelar outras esquinas, Monan respira, a Guanabara urge em plenitude no alto do azul, na areia branca, nas matas e pedreiras de Xangô-Agodô, o Justiceiro anunciador.
Lá em cima, na quadra do baile, uma placa do Brizola me fez lembrar do papai. Enquanto a batalha se trava no alto, em baixo o jogo não para, o ser humano é escravo do mesmo, da culpa, da doença, do medo do medo e, por fim, da morte. Desvio quando impossível, quando não, dou meu jeito. De repente as coisas deram certo, agora bebo bebida cara, pelo menos até amanhã... Aí então uma sardinha, uma dose de cachaça e carnaval... até o dia raia, depois é outro casamento.
sábado, 23 de janeiro de 2010
Fragmento galaxial
Capítulo 02
A arte recomeçou das cinzas, minha professora falou por muitas vezes sobre a Phoenix, a Lótus, o Anjo Negro e as folhas que caem, a partir daí o inverno se vai, alguma hora. Aqui na prisão o melhor dia é segunda-feira, aqui no cemitério dos mortos vivos, onde a sociedade deposita sua sombra coletiva, a professora Armeniana me ensina um pouco na escola da vida. Alguns pássaros cantam a noite, depende da intensidade das energias da terra com as correntes do fundo do mar, as marés de fogo e a vontade de Deus. Meu amigo diabo está me olhando de perto, ele quer se chegar, tudo passa na vida. O calor toma o hemisfério sul, domado letárgico, suor e gozo. As águas do mar limpam o fora de controle, põe de volta o material perdido, se equilibram pelas fases da lua, abrigam legiões distantes, fronteira cósmica, as ruas são outra coisa. É nesse lugar dos monstros devoradores que está guardada a pedra preciosa, quanto mais feroz o dragão, mais bela a princesa.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Fragmento galaxial
Capítulo 01
Todo silêncio da força do tempo se encontra nessa intenção, silêncio, pureza imaculada, fortalecimento e sangue quente. No começo tudo é água silenciosa, com os deuses escondidos nela.
Tudo acabou de começar, a cidade em seu vapor liquefeito, num Estado lastimável, continua a funcionar. O atividade do plantão está me esperando para solitário chegar até o cume da colina, no caminho me socializo com Batoré, com as cabras e o cavalo, todos soltos no mato. As galinhas ciscam, o gavião de cima da árvore observa, é meio dia, hora do almoço.
Meus braços giram, meu corpo levita, enterrado nas profundezas da terra, minhas raízes me conectam, pairo depois do sol dourado, vivo além dos três estados, onde quero, com o rei, a rainha & todo o império.
A doença se propaga em linha reta, desordenadamente sincrônica com a resposta do eco dos movimentos dos corpus iluminados, é a vez de outro ciclo, o antigo caminho parece mudar mas é apenas outro ângulo do mesmo. Os astros flutuam, o grande planeta se aproxima, passo as matérias em viagem descontroladas, meu corpo queima, meu espírito continua de braços abertos pelo universo. O girador passa num cometa, as formas geométricas de cores vivas atuam com os numinosos pequeninos, o cavalo pula a janela comigo montado nele, o idioma codificado começa a fazer sentido pra mim.
terça-feira, 30 de junho de 2009
o nascimento do poeta morto
o nascimento do poeta morto se deu na casa de jesus cristo.
não sou artista, sou um falsário das minhas idéias em decomposição. o meu tesão é o seu caminho, sua alucinação, meu vinho, minha loucura, sua libido, meu sonho, sua putaria, eu dizia ao meu demônio.
do fundo do calabouço, antes da sexta porta, volto. escalo descalço, a água do poço me jorra, entre a árvore e a cachoeira, sou a menina brincante emergindo das profundezas, ao lado do velho no trono de marfim, guiados pela estrela azul, rumo as portas do sol e a terra dos sonhos.
não sou artista, sou um falsário das minhas idéias em decomposição. o meu tesão é o seu caminho, sua alucinação, meu vinho, minha loucura, sua libido, meu sonho, sua putaria, eu dizia ao meu demônio.
do fundo do calabouço, antes da sexta porta, volto. escalo descalço, a água do poço me jorra, entre a árvore e a cachoeira, sou a menina brincante emergindo das profundezas, ao lado do velho no trono de marfim, guiados pela estrela azul, rumo as portas do sol e a terra dos sonhos.
sexta-feira, 22 de junho de 2007
A SINISTRA VERDADE SOBRE O CRUEL ASSASSINATO DE JEAN CHARLES DE MENEZES, NA ESTACAO DE METRO DE STOCKWELL, LONDRES.
A SINISTRA VERDADE SOBRE O CRUEL ASSASSINATO DE JEAN CHARLES DE MENEZES, NA ESTACAO DE METRO DE STOCKWELL, LONDRES.
Londres, 22 de Junho de 2007.
Acabo de chegar da estacao de metro de Stockwell, onde fui conhecer e filmar o memorial de Jean Charles de Menezes. La conheci a Cris, uma das pessoas que cuidam do memorial, o qual fica do lado da estacao.
Cris e uma Grega bem timida, nao gosta de dar entrevistas, com um sorriso lindo e uma gentileza inigualavel. Enquanto limpava o limo dos vazos de flores de plastico feitos de garrafas de 1 litro d’agua, depositadas por pessoas que passam por ali todos os dias, me fui chegando e conversando.
Ela muito bem me recebeu e ao mesmo tempo que ia falando com dezenas de pessoas que iam passando, como por exemplo o jornaleiro, senhoras inglesas, alguns moradores de rua inexistentes nas estatisticas londrinas, ia me contando a verdadeira e inacreditavel historia da morte de Jean.
Cada dia que passa vou conhecendo e me envolvendo mais nesse caso cruel de assassinato a sangue frio, cometido por, pelo menos, 10 policiais da Scotland Yard, policia secreta britanica. Eu havia acabado de chegar da embaixada Brasileira, onde preenchi um documento – “Formulario de matricula de cidadao Brasileiro”, valido ate 25 de Dezembro de 2011, para me proteger das ameacas do inspetor Tak, chefe da policia do parlamento ingles, feitas a dois dias, quando me acusou de terrorista, dizendo que ira me matar assim que tiver uma chance.
Cris, aos poucos, foi perdendo sua linda e sincera timidez, e comecou a me revelar a assombrosa verdade sobre esse caso. Ela disse: “Jean estava sendo seguido desde o momento em que saiu de sua casa e foi classificado pelos policiais como branco caucasiano do norte, a classificao de branco mais puro, para a policia Inglesa”. Ela continuou dizendo que “Jean chegou na porta da estacao (ali ao ldao de onde estavamos conversando), e pegou um jornal, normalmente, como faz qualquer pessoa.”
E ela disse emocionada: “O que me surpreendeu, foi que, ao contrario do que a imprensa Inglesa divulgou, Jean nao pulou a roleta, nao estava com roupas de inverno, e sim com roupas de verao e sem mala nenhuma!”, como todos podem ver, na fotografia de seu corpo estirado no chao do vagao do trem do metro.
Mas a historia e mais bizarra ainda! Cris conta a historia verdadeira embasada no depoimento de Lana Vandenberghe, uma das pessoas que teve acesso aos documentos oficiais da policia Britanica, e revelou ao mundo todos os crueis detalhes desse assassinato a sangue frio. Lana foi presa, despejada de sua casa pela outra moradora e teve serios problemas de alimentacao na cadeia, devido a maus tratos cometidos pelos policiais.
“Jean desceu normalmente a escada rolante e esperou seu trem. Nao correu em momento algum, como a policia diz ate hoje, e entrou no trem normalmente e calmamente”. A policia deveria revelar ao publica as imagens do sistema de vigilancia, existente em toda a cidade de londres, cctv. Essa cidade e um gigantesco big brother. Eu nao sou proibido de filmar, mas o Estado tem o direito de nos vigiar e quando necessario o sistema, para averiguacao das evidencias, e negado.
Eu, realmente, ja estava com o coracao na boca, pois cheguei no memorial de trem e vim pela mesma estacao a qual a policia assassinou Jean. Fiquei imaginando onde seria o local de sua execucao, e aos poucos a historia foi se transformando num drama tragico, e ainda se transforma, escrevo para tentar aliviar a dor e indignacao!
“Jean entrou no trem e sentou normalmente, como qualquer pessoa, foi ai que entraram os policiais, cerca de dez, a paisana, e o imobilizaram no chao”. Essa e a hora mais cruel, e que mais me chocou e chocou Cris. Ela disse, “esse foi o momento mais marcante para mim, pois Jean estava imobilizado no chao, ja detido, e os policiais, usando balas dum-dum, criadas aqui na Inglaterra e proibidas pela convencao de Haia, desde 1899, o executaram com 7 tiros na cabeca e 1 no ombro”.
Nesse momento o sangue me subiu a cabeca, pois estava ali ao vivo, sentindo tudo, hoje, dia 22 de Junho, 1 ano e 11 meses depois… Falanmdo com uma testemunha viva… Ouvindo a historia da raiz.
O chefe da policia local, Ian Blair, soube de todos os fatos imediatamente, mas em um ato covarde e caracteristico do Estado facista Britanico, negou e continua negando tudo.
Cris vai ao memorial todas as sextas ferias e repete, carinhosamente, a limpeza
dos vazos, comprando flores numa barraca ao lado de uma senhora muito simpatico. l. Cris diz que muitas pessoas passam pelo memorial e se emocionam, ja outras mexem nas fotos, destroem as velas, pisam nas flores e falam brabaridades.
Cris disse tambem que os policies vao todos os meses arrancar as flores e os artigos que ela coloca no memorial, mas ela tem copia de tudo, e insistentemnte repoem tudo o que pode.
No final, ela acende cerca de 7 velas brancas e vai embora pelo mesmo metro o qual Jean Chrlaes de Menezes foi cruelmente assassinado. Vi muitas fotos da familia de Jean, fotos de sua mae e seu pai muito tristes e tranparecendo a dor de perder um filho jovem, devido a um Estado que tem poder de atirar para matar, garantido por lei, Kratos.
O embaixador Brasileiro me disse, em entrevista hoje a tarde, que esteve com autoridades Inglesas hoje, e que o caso Jean Charles vai demorar para ser resolvido. Tudo indica que vai dar em pizza. Fico pensando se fosse a policia Brasileira que tivesse matado um Ingles no metro da Tijuca o de Copacabana, o que seria. Ou se fosse um Italiano que tivesse matado um Espanhol no metro de Londres, mas parece que a policia Inglesa esta acima da lei. 007 e o estupido esteriotipo porpurinado desse sistema facista excludente.
Dia 22 de Julho de 2007 fazem 2 anos desse cruel, repugnante, covarde e ultrajante assassinato… De um Brasileiro que apenas queria viver. Luz Jean! Voce nunca foi terrorista! Ass: Paulo Duarte Guimaraes.
Londres, 22 de Junho de 2007.
Acabo de chegar da estacao de metro de Stockwell, onde fui conhecer e filmar o memorial de Jean Charles de Menezes. La conheci a Cris, uma das pessoas que cuidam do memorial, o qual fica do lado da estacao.
Cris e uma Grega bem timida, nao gosta de dar entrevistas, com um sorriso lindo e uma gentileza inigualavel. Enquanto limpava o limo dos vazos de flores de plastico feitos de garrafas de 1 litro d’agua, depositadas por pessoas que passam por ali todos os dias, me fui chegando e conversando.
Ela muito bem me recebeu e ao mesmo tempo que ia falando com dezenas de pessoas que iam passando, como por exemplo o jornaleiro, senhoras inglesas, alguns moradores de rua inexistentes nas estatisticas londrinas, ia me contando a verdadeira e inacreditavel historia da morte de Jean.
Cada dia que passa vou conhecendo e me envolvendo mais nesse caso cruel de assassinato a sangue frio, cometido por, pelo menos, 10 policiais da Scotland Yard, policia secreta britanica. Eu havia acabado de chegar da embaixada Brasileira, onde preenchi um documento – “Formulario de matricula de cidadao Brasileiro”, valido ate 25 de Dezembro de 2011, para me proteger das ameacas do inspetor Tak, chefe da policia do parlamento ingles, feitas a dois dias, quando me acusou de terrorista, dizendo que ira me matar assim que tiver uma chance.
Cris, aos poucos, foi perdendo sua linda e sincera timidez, e comecou a me revelar a assombrosa verdade sobre esse caso. Ela disse: “Jean estava sendo seguido desde o momento em que saiu de sua casa e foi classificado pelos policiais como branco caucasiano do norte, a classificao de branco mais puro, para a policia Inglesa”. Ela continuou dizendo que “Jean chegou na porta da estacao (ali ao ldao de onde estavamos conversando), e pegou um jornal, normalmente, como faz qualquer pessoa.”
E ela disse emocionada: “O que me surpreendeu, foi que, ao contrario do que a imprensa Inglesa divulgou, Jean nao pulou a roleta, nao estava com roupas de inverno, e sim com roupas de verao e sem mala nenhuma!”, como todos podem ver, na fotografia de seu corpo estirado no chao do vagao do trem do metro.
Mas a historia e mais bizarra ainda! Cris conta a historia verdadeira embasada no depoimento de Lana Vandenberghe, uma das pessoas que teve acesso aos documentos oficiais da policia Britanica, e revelou ao mundo todos os crueis detalhes desse assassinato a sangue frio. Lana foi presa, despejada de sua casa pela outra moradora e teve serios problemas de alimentacao na cadeia, devido a maus tratos cometidos pelos policiais.
“Jean desceu normalmente a escada rolante e esperou seu trem. Nao correu em momento algum, como a policia diz ate hoje, e entrou no trem normalmente e calmamente”. A policia deveria revelar ao publica as imagens do sistema de vigilancia, existente em toda a cidade de londres, cctv. Essa cidade e um gigantesco big brother. Eu nao sou proibido de filmar, mas o Estado tem o direito de nos vigiar e quando necessario o sistema, para averiguacao das evidencias, e negado.
Eu, realmente, ja estava com o coracao na boca, pois cheguei no memorial de trem e vim pela mesma estacao a qual a policia assassinou Jean. Fiquei imaginando onde seria o local de sua execucao, e aos poucos a historia foi se transformando num drama tragico, e ainda se transforma, escrevo para tentar aliviar a dor e indignacao!
“Jean entrou no trem e sentou normalmente, como qualquer pessoa, foi ai que entraram os policiais, cerca de dez, a paisana, e o imobilizaram no chao”. Essa e a hora mais cruel, e que mais me chocou e chocou Cris. Ela disse, “esse foi o momento mais marcante para mim, pois Jean estava imobilizado no chao, ja detido, e os policiais, usando balas dum-dum, criadas aqui na Inglaterra e proibidas pela convencao de Haia, desde 1899, o executaram com 7 tiros na cabeca e 1 no ombro”.
Nesse momento o sangue me subiu a cabeca, pois estava ali ao vivo, sentindo tudo, hoje, dia 22 de Junho, 1 ano e 11 meses depois… Falanmdo com uma testemunha viva… Ouvindo a historia da raiz.
O chefe da policia local, Ian Blair, soube de todos os fatos imediatamente, mas em um ato covarde e caracteristico do Estado facista Britanico, negou e continua negando tudo.
Cris vai ao memorial todas as sextas ferias e repete, carinhosamente, a limpeza
dos vazos, comprando flores numa barraca ao lado de uma senhora muito simpatico. l. Cris diz que muitas pessoas passam pelo memorial e se emocionam, ja outras mexem nas fotos, destroem as velas, pisam nas flores e falam brabaridades.
Cris disse tambem que os policies vao todos os meses arrancar as flores e os artigos que ela coloca no memorial, mas ela tem copia de tudo, e insistentemnte repoem tudo o que pode.
No final, ela acende cerca de 7 velas brancas e vai embora pelo mesmo metro o qual Jean Chrlaes de Menezes foi cruelmente assassinado. Vi muitas fotos da familia de Jean, fotos de sua mae e seu pai muito tristes e tranparecendo a dor de perder um filho jovem, devido a um Estado que tem poder de atirar para matar, garantido por lei, Kratos.
O embaixador Brasileiro me disse, em entrevista hoje a tarde, que esteve com autoridades Inglesas hoje, e que o caso Jean Charles vai demorar para ser resolvido. Tudo indica que vai dar em pizza. Fico pensando se fosse a policia Brasileira que tivesse matado um Ingles no metro da Tijuca o de Copacabana, o que seria. Ou se fosse um Italiano que tivesse matado um Espanhol no metro de Londres, mas parece que a policia Inglesa esta acima da lei. 007 e o estupido esteriotipo porpurinado desse sistema facista excludente.
Dia 22 de Julho de 2007 fazem 2 anos desse cruel, repugnante, covarde e ultrajante assassinato… De um Brasileiro que apenas queria viver. Luz Jean! Voce nunca foi terrorista! Ass: Paulo Duarte Guimaraes.
quinta-feira, 21 de junho de 2007
MALVADOS - dahmer
Divulguei a natação no blog dos Malvados:
http://www.malvados.blogger.com.br/index.html
Dahmer
www.malvados.com.br
http://www.malvados.blogger.com.br/index.html
Dahmer
www.malvados.com.br
AMEACAdeMORTE
ontem dia 20 de junho, fui amea cado de morte pelo chefe da policia do parlamento britanico, inspetor thak. ele, apos ter me chamado de terrorista, disse que quando tiver uma chance fara o mesmo que os policiais ingleses fizeram com jean charles, no dia 22 de juhlo de 2005. tenho tudo gravado, pis estou rodando um filme, a 5 meses, sobre o ser humano, e suas obscuras facetas.
jean levou 7 tiros na cabeca e 1 no ombro, de 3 ou mais policias londrinos, na estacao de metro - atockweu. sua familia perdeu na justica a possibilidade de agilizar o processo de condenacao de apenas 1 policial. a policia utilizou balas proibidas desde a declaracao de haia, 1899. essas balas foram criadas pelos britânicos durante as guerras coloniais, a bala, desenhada pelo capitão bertie-clay, ganhou esse nome por ter sido fabricada no arsenal de Dum-Dum, perto de Calcutá, no final do século XIX.
jean levou 7 tiros na cabeca e 1 no ombro, de 3 ou mais policias londrinos, na estacao de metro - atockweu. sua familia perdeu na justica a possibilidade de agilizar o processo de condenacao de apenas 1 policial. a policia utilizou balas proibidas desde a declaracao de haia, 1899. essas balas foram criadas pelos britânicos durante as guerras coloniais, a bala, desenhada pelo capitão bertie-clay, ganhou esse nome por ter sido fabricada no arsenal de Dum-Dum, perto de Calcutá, no final do século XIX.
terça-feira, 19 de junho de 2007
domingo, 17 de junho de 2007
Jean
tirei do yahoo noticias... Jean tomou 8 tiros, 7 na cabeca e 1 no ombro... imagina se fosse ao contrario, a policia do rio houvesse matado um ingles no brasil, por engano... nem precisa falar...
e preciso que a justica se cumpra, nao e possivel tanta impunidade, tanta desigualdade no tratamento para com o ser humano... somos brasileiros e somos humanos, igualmente a qualquer ser humano do planeta.
porque tanto tratamento desigual? porque um ingles ou um europeu vale mais do que um brasileiro ou do que um africano??
o brasil precisa se dar valor, e exigir a prisao imediata desse policial assassino, facista com serios tracos nazistas!
a europa esta repleta de policiais e pessoas que acreditam que os europeus sao superiores racialmente. ate onde eu saiba, so exiswte uma raca, a humana!!
nao e possivel tanto descaso e ignorancia...
o governo brasileiro tem obrigacao de interferir e apoiar ao maximo os familiares de Jean!!!
nao esta parecendo que os governantes brasileiros estao levando a serio esse caso de assassinato covarde, ignorante e totalmente contrario aos direitos humanos.
e uma pena... dia 22 de julho de 2007, vamos fazer uma grande manifestacao pela paz e por justica!
yahoo noticias, a 3 dias:
12h47
Londres, 14 jun (EFE).- A família do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto a tiros em Londres, em 2005, por policiais que o confundiram com um terrorista suicida, perdeu hoje a batalha legal para acelerar o início da investigação judicial sobre sua morte.
PUBLICIDADE
A família tinha apresentado um recurso de apelação contra a decisão do juiz de instrução do Tribunal de Southwark (sul de Londres), John Sampson, de adiar a investigação judicial até o fim do processo aberto contra a Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard).
A Promotoria do Estado britânico acusou a Polícia de violar a Lei de Saúde e Segurança no Trabalho (1974) por descumprir o dever de proteger a vítima, mas decidiu não processar nenhum agente por falta de provas.
No entanto, dois juízes do Tribunal Superior de Londres determinaram hoje que Sampson atuou dentro de seus poderes, após uma solicitação da Promotoria com o argumento de que a investigação da morte de Jean Charles poderia prejudicar o julgamento contra a Polícia.
O Tribunal Superior admitiu, no entanto, que deve ser realizada uma investigação judicial sobre a morte do brasileiro, além das conclusões da Polícia.
O advogado que representa a família, Michael Mansfield, disse que o artigo 2 do Convênio Europeu de Direitos Humanos protege o direito dos parentes de Jean Charles a uma investigação completa sobre sua morte.
A tentativa de acelerar o início da investigação judicial, respaldado pela organização pró-direitos humanos Anistia Internacional (AI), esteve a cargo de Alessandro Pereira, primo da vítima.
"Por que, dois anos após uma morte de tanta relevância por parte da Polícia, não foi realizada nenhuma investigação pública?", questionou um porta-voz da família.
"A decisão de hoje leva mais estresse a uma família que já esperou dois anos para uma simples resposta em uma investigação judicial", acrescentou.
Jean Charles, que tinha 27 anos e trabalhava como eletricista, morreu ao receber oito tiros (sete na cabeça e um no ombro) de agentes da brigada antiterrorista da Scotland Yard em 22 de julho de 2005 na estação de metrô de Stockwell (sul de Londres).
Os policiais confundiram Jean Charles com um dos terroristas que realizaram os atentados fracassados da véspera contra três estações de metrô e um ônibus urbano da capital.
Estes ataques foram uma cópia dos cometidos em 7 de julho de 2005 contra a rede de transporte de Londres, que deixaram 56 mortos - incluindo os quatro terroristas suicidas - e cerca de 700 feridos.
Em dezembro, a Justiça britânica rejeitou o pedido da família de Jean Charles que pedia a revisão da decisão da Promotoria de não processar nenhum agente.
No entanto, o Tribunal Superior de Londres abriu em 19 de janeiro o caminho para que a família do brasileiro possa recorrer aos juízes da Câmara dos Lordes, máxima instância judicial do Reino Unido. EFE
e preciso que a justica se cumpra, nao e possivel tanta impunidade, tanta desigualdade no tratamento para com o ser humano... somos brasileiros e somos humanos, igualmente a qualquer ser humano do planeta.
porque tanto tratamento desigual? porque um ingles ou um europeu vale mais do que um brasileiro ou do que um africano??
o brasil precisa se dar valor, e exigir a prisao imediata desse policial assassino, facista com serios tracos nazistas!
a europa esta repleta de policiais e pessoas que acreditam que os europeus sao superiores racialmente. ate onde eu saiba, so exiswte uma raca, a humana!!
nao e possivel tanto descaso e ignorancia...
o governo brasileiro tem obrigacao de interferir e apoiar ao maximo os familiares de Jean!!!
nao esta parecendo que os governantes brasileiros estao levando a serio esse caso de assassinato covarde, ignorante e totalmente contrario aos direitos humanos.
e uma pena... dia 22 de julho de 2007, vamos fazer uma grande manifestacao pela paz e por justica!
yahoo noticias, a 3 dias:
12h47
Londres, 14 jun (EFE).- A família do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto a tiros em Londres, em 2005, por policiais que o confundiram com um terrorista suicida, perdeu hoje a batalha legal para acelerar o início da investigação judicial sobre sua morte.
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A família tinha apresentado um recurso de apelação contra a decisão do juiz de instrução do Tribunal de Southwark (sul de Londres), John Sampson, de adiar a investigação judicial até o fim do processo aberto contra a Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard).
A Promotoria do Estado britânico acusou a Polícia de violar a Lei de Saúde e Segurança no Trabalho (1974) por descumprir o dever de proteger a vítima, mas decidiu não processar nenhum agente por falta de provas.
No entanto, dois juízes do Tribunal Superior de Londres determinaram hoje que Sampson atuou dentro de seus poderes, após uma solicitação da Promotoria com o argumento de que a investigação da morte de Jean Charles poderia prejudicar o julgamento contra a Polícia.
O Tribunal Superior admitiu, no entanto, que deve ser realizada uma investigação judicial sobre a morte do brasileiro, além das conclusões da Polícia.
O advogado que representa a família, Michael Mansfield, disse que o artigo 2 do Convênio Europeu de Direitos Humanos protege o direito dos parentes de Jean Charles a uma investigação completa sobre sua morte.
A tentativa de acelerar o início da investigação judicial, respaldado pela organização pró-direitos humanos Anistia Internacional (AI), esteve a cargo de Alessandro Pereira, primo da vítima.
"Por que, dois anos após uma morte de tanta relevância por parte da Polícia, não foi realizada nenhuma investigação pública?", questionou um porta-voz da família.
"A decisão de hoje leva mais estresse a uma família que já esperou dois anos para uma simples resposta em uma investigação judicial", acrescentou.
Jean Charles, que tinha 27 anos e trabalhava como eletricista, morreu ao receber oito tiros (sete na cabeça e um no ombro) de agentes da brigada antiterrorista da Scotland Yard em 22 de julho de 2005 na estação de metrô de Stockwell (sul de Londres).
Os policiais confundiram Jean Charles com um dos terroristas que realizaram os atentados fracassados da véspera contra três estações de metrô e um ônibus urbano da capital.
Estes ataques foram uma cópia dos cometidos em 7 de julho de 2005 contra a rede de transporte de Londres, que deixaram 56 mortos - incluindo os quatro terroristas suicidas - e cerca de 700 feridos.
Em dezembro, a Justiça britânica rejeitou o pedido da família de Jean Charles que pedia a revisão da decisão da Promotoria de não processar nenhum agente.
No entanto, o Tribunal Superior de Londres abriu em 19 de janeiro o caminho para que a família do brasileiro possa recorrer aos juízes da Câmara dos Lordes, máxima instância judicial do Reino Unido. EFE
sábado, 16 de junho de 2007
JeandeMenezes
Hoje nadei de novo no Thames. Deu tudo certo... O dia comecou com muita chuva... Parecia que ia dar tudo errado... Mas o vento estava pro lado onde as nuvens limpam... Estou comecando a conhecer Londres... Nadei com uma faicha na mao, escrita Peace!!! Cheguei nas escadas do parlamento e cantei Lennon... Give peace a chance...
Depois nadei rumo as escadas das bracas e subi. Algumas pessoas aplaudiam, outras silenciosas nao acreditavam...
Dia 22 de Julho, iremos fazer uma comemoracao pela vida no Parliament Square, e um protesto reinvidincando justica! Estou acampado junto com o Brian e outras 10 pessoas em frente ao parlamento Britanico. Brian esta la a 6 anos e eu a 20 dias.
Hoje foi um grande dia, um pequeno comeco pra uma longa caminhada.
Depois nadei rumo as escadas das bracas e subi. Algumas pessoas aplaudiam, outras silenciosas nao acreditavam...
Dia 22 de Julho, iremos fazer uma comemoracao pela vida no Parliament Square, e um protesto reinvidincando justica! Estou acampado junto com o Brian e outras 10 pessoas em frente ao parlamento Britanico. Brian esta la a 6 anos e eu a 20 dias.
Hoje foi um grande dia, um pequeno comeco pra uma longa caminhada.
quinta-feira, 3 de maio de 2007
"Lua Azul"
impossivel
continuar sem sangrar por dentro.
continuo ciclo,
invento
vento.
tudo passa
so ficam verdades
mentiras,
transformam-se
em falsas verdades...
quanta falsidade.
ciclo, ritmo
lugares,
perigo!
no vacuo
estou
no tempo
eu sou
invento
momento
grao solitario
inventado
falso
alquimizado
piscar de olhos
fim
explosao
vida
na palma da mao
rima, rima
terra
calo
calor,
luz
porta
porto
sol,
amor,
falta de pudor.
cavalgo pela janela
fodo uma boneca
faco barulho a vera
ate ir dormir
depois sonho
onirico-medonho,
lindo, hybrido,
ralentando o porco.
vou ao tesco
meto mais um sushi
assim e aqui
me vou
outra vez...
por dentro,
outras estradas estranhas
aranhas, insetos laranjas
por outros caminhos cavalgo solitario
sigo seus passos,
amigo,
sigo seu exemplo
faco minha linha
me volto pro meio,
pro meio
vezes pego atalho errado
vezes passo por cima
vezes fico sentado
vezes vou sou o outro-lado.
continuar sem sangrar por dentro.
continuo ciclo,
invento
vento.
tudo passa
so ficam verdades
mentiras,
transformam-se
em falsas verdades...
quanta falsidade.
ciclo, ritmo
lugares,
perigo!
no vacuo
estou
no tempo
eu sou
invento
momento
grao solitario
inventado
falso
alquimizado
piscar de olhos
fim
explosao
vida
na palma da mao
rima, rima
terra
calo
calor,
luz
porta
porto
sol,
amor,
falta de pudor.
cavalgo pela janela
fodo uma boneca
faco barulho a vera
ate ir dormir
depois sonho
onirico-medonho,
lindo, hybrido,
ralentando o porco.
vou ao tesco
meto mais um sushi
assim e aqui
me vou
outra vez...
por dentro,
outras estradas estranhas
aranhas, insetos laranjas
por outros caminhos cavalgo solitario
sigo seus passos,
amigo,
sigo seu exemplo
faco minha linha
me volto pro meio,
pro meio
vezes pego atalho errado
vezes passo por cima
vezes fico sentado
vezes vou sou o outro-lado.
segunda-feira, 26 de março de 2007
"tupinambas"
as pessoas continuam
eterno ir e vir das ruas
cachorro latindo
lapalotadalapalotada esturdindo
bairro alto
madri
demonio do asfalto
por agora,
nao mais a te seguir
tenho que ver meu amigo,
na suecia...
te amo irmao
voce mora no coracao
a tribo
tupinamba
vermelho
& preto
demonio loiro do asfalto...
bracadas no mar descalco.
mesmo que os outros nao entendam,
irmaos!
um dia olhei nos olhos do teu irmao,
chorei
agora sentado numa calcada
lembro de voces
irmaos, amigos
os amo de vez!
eterno ir e vir das ruas
cachorro latindo
lapalotadalapalotada esturdindo
bairro alto
madri
demonio do asfalto
por agora,
nao mais a te seguir
tenho que ver meu amigo,
na suecia...
te amo irmao
voce mora no coracao
a tribo
tupinamba
vermelho
& preto
demonio loiro do asfalto...
bracadas no mar descalco.
mesmo que os outros nao entendam,
irmaos!
um dia olhei nos olhos do teu irmao,
chorei
agora sentado numa calcada
lembro de voces
irmaos, amigos
os amo de vez!
sexta-feira, 16 de março de 2007
"O Cajueiro"
Agradeço por você ter compartilhado seus filmes comigo, antes de voar
poraí...
De qualquer forma, já vi O Cajueiro, já vi Ela Calada Diz Mais Que
Minhas Palavras (acho que é isso...) e, já que é uma triologia, QUERO
ver o terceiro! Cê tá mandando bem!
A força das coisas quando elas têm que acontecer somada `a força da
pessoa! Show, irmãozinho... O Nobru me falou que vai te mandar o tal
som de guitarra.
Beijo grandão!
joy
poraí...
De qualquer forma, já vi O Cajueiro, já vi Ela Calada Diz Mais Que
Minhas Palavras (acho que é isso...) e, já que é uma triologia, QUERO
ver o terceiro! Cê tá mandando bem!
A força das coisas quando elas têm que acontecer somada `a força da
pessoa! Show, irmãozinho... O Nobru me falou que vai te mandar o tal
som de guitarra.
Beijo grandão!
joy
"O Cajueiro"
Paulinho, ja te vi de o viandante.
ta bem de produca, mano.
bom te ver, bom saber do que ta rolando.
tou por aqui num projeto lindo com as ervas, mas so vai desenrolar mais pra frente.
te dou noticias e daqui vou botando fe no teu trabalho.
beijo, Gabi.
ta bem de produca, mano.
bom te ver, bom saber do que ta rolando.
tou por aqui num projeto lindo com as ervas, mas so vai desenrolar mais pra frente.
te dou noticias e daqui vou botando fe no teu trabalho.
beijo, Gabi.
"O Cajueiro"
Amigos,
Eis "O Cajueiro", o primeiro de uma trilogia de filmes do nosso crazypeoplebrother Paulinho Duarte. =C9 um trabalho instigante e surpreendente do poetapsicocambraleonico, que esta em Londres estudando(?) cinema. e so clicar e curtir:
http://www.youtube.com/watch?v=3D1TwhHNeCX-o
Abrasom
E7
Eis "O Cajueiro", o primeiro de uma trilogia de filmes do nosso crazypeoplebrother Paulinho Duarte. =C9 um trabalho instigante e surpreendente do poetapsicocambraleonico, que esta em Londres estudando(?) cinema. e so clicar e curtir:
http://www.youtube.com/watch?v=3D1TwhHNeCX-o
Abrasom
E7
"O Cajueiro" - Rio de Janeiro, Dezembro 2006.
MUITO LEGAL, PAULO. O POEMA, O JOGO DE SOMBRAS, A INTERPRETAÇÃO, MUITO BOA. EXEMPLO DE COMO SE PODE FAZER UM CINEMA DE POUCOS RECURSOS TÉCNICOS E FICAR TUDO BEM INTERESSANTE E AGRADÁVEL DE VER.
ABRAÇÃO,
MANO M
ABRAÇÃO,
MANO M
quarta-feira, 14 de março de 2007
"shot dead"
vela na boca
luz
iluminacao
canal
travessia noturna
torno ao barco de madeira
luz da lua
...a noite inteira
vinho
frio
pele
corpo inteiro, nu, depilado
cheiro forte
gozo
great-imbalo
musica composta
mesa posta
solidao
underground
way out
personal killer
nomes
numeros
pessoas de negro
teto preto
tempo cinza
sol
frio
amarelo eterno...
luz
iluminacao
canal
travessia noturna
torno ao barco de madeira
luz da lua
...a noite inteira
vinho
frio
pele
corpo inteiro, nu, depilado
cheiro forte
gozo
great-imbalo
musica composta
mesa posta
solidao
underground
way out
personal killer
nomes
numeros
pessoas de negro
teto preto
tempo cinza
sol
frio
amarelo eterno...
terça-feira, 13 de março de 2007
Londres I
cidade diferente,
pessoas atraentes.
aki os normais sao os loucos dai... os loucos sao et's abdusidos, severamente modificados... uns que nem consigo olhar de tanto piercing, deformacao das faces, dos membros... me deformo pralem, transmuto a forma, minha caretisse em compreensao de mim mesmo... descascando novamente, sou intermediario. um berro de nariz, falta de pontuacao, aos poucos vou deixando o velho portugues, encontrando-o novamente resignificado.
o que dizer, nao tenho vocabulario, cidade contraditoria.... semana que vem o bob dylan vai tocar, da vontade de chorar, aquele maluco que eu escutava no quarto sozinho... hoje tenho sua compania... noutra semana the who, ou o white stripers, sera que e assim que c escreve? nao sei escrever direito... nao tenho vocabulario.
entrei numa loja de camelo e estava tocando queen, depois stones, depois uma banda que nunca ouvi mas parecia tao familiar...
ando cantando pontos de umbanda pra mim mesmo, seu tupinamba e compania ilimitada... lembro a vera dos cantos do norte, lindos na essencia, horriveis na pratica catolica dos corpus mortos presos a ilusao de ferlicidade comprada por uma farda e mais umas porpourinas... mestre salustiano e sambas, sambas... sambas daquele tempo da antiga vitrola do chacal, quando ele voltou pro rio vindo daqui mesmo... em 79. mamae quem comprou a vitrola, ele precisava de uma grana... na verdade meu pai pagou mas quem ouviu era eu e ela... meu pai gostava mais dos sambas... eu e mamae ouviamos muito, quando eu era bem pequeno... quando so estavamos nos em casa, quando meu irmao e meu pai estavam no treino, nessa epoca eu treinava em horario diferente do meu irmao... tinha, na vitrola automatica, sambas enredo da decada de 70 e comecinho da decada de 80 das escolas do rio... me lembro de um disco do joao gilberto stane getz, sera q e assim q se escreve o nome do gringo? disco gravado aqui onde estou,,, engracado, antes de vir pra ca conheci o henrique III, numa apresentacao do marcelo, nessa noite eu estava tambem com a baixinha, o nilo e outras pessoas queridas, la na lapa lotada, noite de sorte!! na vitrola tambem tinha caetano, elis, chico, roberto carlos, moraes moreira, simon e seu parceiro e muito mais... lembrancas que sao vivas agora! mais do que sempre...
doido estar nesse lugar.
se voce comprar uma casa, depois de 70 ou 80 anos ela volta a ser da rainha, ou do conde dono do bairro... estou num feudo, altamente vigiado, sinistro, doidaraco... livros infinitos por 10 reais, uma simpatia fria, uma seriedade imbativel, leis, ordem e desorde... trabalho de dia, pub e birita a noite... so de 1/2 em 1/2 litro por vez... as 11 tudo fecha e tudo vai pra rua, alucinado! os exu na compania dos desalmados, donos de todas encruzilhadas... aki fico na minha, observando, tudo e muito mais, tudo e muito menos, extremos... quando chega esse ponto, observo... antes ou depois da zero hora fico na minha, falo apenas o preciso, aprendi na migracao... calado e quieto, as vezes, ganho mais.
ja que nao escrevo poesia, nao escrevo conto, nao escrevo nada quando escrevo esta errado, aprendi com outro paulo poeta... o erro, a vez... posso escrever o que quiser, seis... nao sou mesmo quase nada, apenas sinto e faco.
muito gringo pra todo lado, paulistas, indianos... brasileiro nao vejo, apenas ouco. sou confundido com paulista, prercisei me transfigurar para passar na migracao... todo personagem fica impresso na alma do ator, do autor... pedaco, grao, eterna lembranca. em lisboa sou negro, ainda bem! pensei que teria que esperar a proxima encarnacao para ser o que quero ser agora... sou negro agora, de alma e coracao! em londres paulista, no rio anarquista, em todo lugar banhista. me banho no mar do inesperado, sou levado... lavado. pela correnteza, deixo-me ir, esquivo-me das pedras, aproveito as quedas e o fluxo, meu corpo relaxado vaaaaaaaaaaaaaaaai, as vezes me arranho, estou aprendendo a seguir caminho e nao parar nos atalhos, redemoinhos... onde a sujeira se acumula.
vejo as margens, sigo agora caminho do meio... refaco andares, reconstruo verdades, demulo absurdo que me faz mal... paredes e divisorias, vou compartimentando e entendendo melhor sonhos... e importante lembrar.
saudades da mamae, saudades da baixinha, da familia... aki com karola vou fazendo minha linha, trilha, delineada pelas sementes...
estou apenas nos comecos, sinto aquele gosto amargo na boca do comeco do treino, estou no meio de outro aquecimento, sei o que me espera, sigo concentrado, barulho pra todo lado, muleque mimado ao meu lado falando alto pra caralho, eu quieto falando rezas baixinhas... mandingas minhas.
entro em outro vagao, vagao novo, vazio, a espera das bagagens novas, materias que serao transportados, transmutados em novas materias primas... para confeccionar outros terrenos, treinos, novos comecos... ja nao passo com muita frequencia em certos vagoes, outros nunca mais voltei, apenas os mantenho engatilhados no trem, outros ja deixo em outra linha, preciso aliviar peso para ir mais longe. quanto mais longe, mais perto, quanto mais me afasto, mais proximo fico, quanto maior a distancia, mais sinto cheiro da floresta... corredores do parque, cheiro de tinta, cheiro da serigrafia, da cerigrafia... da grafia errada no certo tempo do significado, e nao ler o livro pela capa... das vozes das pessoas falando em eco, daquela arquitetura linda... da banheira de marmore da senhora no banhiro, cheia de agua das matas, da piscina funda, nativa... minha psicina vira mar, meu treino, aprender a amar...
agora em outra escola de artes, sou minha casa, limpo e faxino, pois se nao o fizer, depois terei mais trabalho... essa casa e a casa onde so eu posso arrumar de forma adequada... quando deixo pros outros, sempre perco, perco tempo, perco coisas, perco vida... sempre derramava leite na toalha da sala no lanche, antes dos treinos. agora lavo louca, varro chao, limpo talheres e vidros para a luz ficar mais parecida com a ideia de luz... respiro ar contaminado, sei disso, quero voltar pra casa, mas agora nao da tempo, depois eu penso...
os loucos aqui sao os normais ai, os loucos aqui sao ET's no universo da minha ignorancia, sou abdusido. olhos nos olhos da velha, vovo e seu pito... olhos profundos, mar, escuro que reluz o claro na veia do poeta morto.
pessoas atraentes.
aki os normais sao os loucos dai... os loucos sao et's abdusidos, severamente modificados... uns que nem consigo olhar de tanto piercing, deformacao das faces, dos membros... me deformo pralem, transmuto a forma, minha caretisse em compreensao de mim mesmo... descascando novamente, sou intermediario. um berro de nariz, falta de pontuacao, aos poucos vou deixando o velho portugues, encontrando-o novamente resignificado.
o que dizer, nao tenho vocabulario, cidade contraditoria.... semana que vem o bob dylan vai tocar, da vontade de chorar, aquele maluco que eu escutava no quarto sozinho... hoje tenho sua compania... noutra semana the who, ou o white stripers, sera que e assim que c escreve? nao sei escrever direito... nao tenho vocabulario.
entrei numa loja de camelo e estava tocando queen, depois stones, depois uma banda que nunca ouvi mas parecia tao familiar...
ando cantando pontos de umbanda pra mim mesmo, seu tupinamba e compania ilimitada... lembro a vera dos cantos do norte, lindos na essencia, horriveis na pratica catolica dos corpus mortos presos a ilusao de ferlicidade comprada por uma farda e mais umas porpourinas... mestre salustiano e sambas, sambas... sambas daquele tempo da antiga vitrola do chacal, quando ele voltou pro rio vindo daqui mesmo... em 79. mamae quem comprou a vitrola, ele precisava de uma grana... na verdade meu pai pagou mas quem ouviu era eu e ela... meu pai gostava mais dos sambas... eu e mamae ouviamos muito, quando eu era bem pequeno... quando so estavamos nos em casa, quando meu irmao e meu pai estavam no treino, nessa epoca eu treinava em horario diferente do meu irmao... tinha, na vitrola automatica, sambas enredo da decada de 70 e comecinho da decada de 80 das escolas do rio... me lembro de um disco do joao gilberto stane getz, sera q e assim q se escreve o nome do gringo? disco gravado aqui onde estou,,, engracado, antes de vir pra ca conheci o henrique III, numa apresentacao do marcelo, nessa noite eu estava tambem com a baixinha, o nilo e outras pessoas queridas, la na lapa lotada, noite de sorte!! na vitrola tambem tinha caetano, elis, chico, roberto carlos, moraes moreira, simon e seu parceiro e muito mais... lembrancas que sao vivas agora! mais do que sempre...
doido estar nesse lugar.
se voce comprar uma casa, depois de 70 ou 80 anos ela volta a ser da rainha, ou do conde dono do bairro... estou num feudo, altamente vigiado, sinistro, doidaraco... livros infinitos por 10 reais, uma simpatia fria, uma seriedade imbativel, leis, ordem e desorde... trabalho de dia, pub e birita a noite... so de 1/2 em 1/2 litro por vez... as 11 tudo fecha e tudo vai pra rua, alucinado! os exu na compania dos desalmados, donos de todas encruzilhadas... aki fico na minha, observando, tudo e muito mais, tudo e muito menos, extremos... quando chega esse ponto, observo... antes ou depois da zero hora fico na minha, falo apenas o preciso, aprendi na migracao... calado e quieto, as vezes, ganho mais.
ja que nao escrevo poesia, nao escrevo conto, nao escrevo nada quando escrevo esta errado, aprendi com outro paulo poeta... o erro, a vez... posso escrever o que quiser, seis... nao sou mesmo quase nada, apenas sinto e faco.
muito gringo pra todo lado, paulistas, indianos... brasileiro nao vejo, apenas ouco. sou confundido com paulista, prercisei me transfigurar para passar na migracao... todo personagem fica impresso na alma do ator, do autor... pedaco, grao, eterna lembranca. em lisboa sou negro, ainda bem! pensei que teria que esperar a proxima encarnacao para ser o que quero ser agora... sou negro agora, de alma e coracao! em londres paulista, no rio anarquista, em todo lugar banhista. me banho no mar do inesperado, sou levado... lavado. pela correnteza, deixo-me ir, esquivo-me das pedras, aproveito as quedas e o fluxo, meu corpo relaxado vaaaaaaaaaaaaaaaai, as vezes me arranho, estou aprendendo a seguir caminho e nao parar nos atalhos, redemoinhos... onde a sujeira se acumula.
vejo as margens, sigo agora caminho do meio... refaco andares, reconstruo verdades, demulo absurdo que me faz mal... paredes e divisorias, vou compartimentando e entendendo melhor sonhos... e importante lembrar.
saudades da mamae, saudades da baixinha, da familia... aki com karola vou fazendo minha linha, trilha, delineada pelas sementes...
estou apenas nos comecos, sinto aquele gosto amargo na boca do comeco do treino, estou no meio de outro aquecimento, sei o que me espera, sigo concentrado, barulho pra todo lado, muleque mimado ao meu lado falando alto pra caralho, eu quieto falando rezas baixinhas... mandingas minhas.
entro em outro vagao, vagao novo, vazio, a espera das bagagens novas, materias que serao transportados, transmutados em novas materias primas... para confeccionar outros terrenos, treinos, novos comecos... ja nao passo com muita frequencia em certos vagoes, outros nunca mais voltei, apenas os mantenho engatilhados no trem, outros ja deixo em outra linha, preciso aliviar peso para ir mais longe. quanto mais longe, mais perto, quanto mais me afasto, mais proximo fico, quanto maior a distancia, mais sinto cheiro da floresta... corredores do parque, cheiro de tinta, cheiro da serigrafia, da cerigrafia... da grafia errada no certo tempo do significado, e nao ler o livro pela capa... das vozes das pessoas falando em eco, daquela arquitetura linda... da banheira de marmore da senhora no banhiro, cheia de agua das matas, da piscina funda, nativa... minha psicina vira mar, meu treino, aprender a amar...
agora em outra escola de artes, sou minha casa, limpo e faxino, pois se nao o fizer, depois terei mais trabalho... essa casa e a casa onde so eu posso arrumar de forma adequada... quando deixo pros outros, sempre perco, perco tempo, perco coisas, perco vida... sempre derramava leite na toalha da sala no lanche, antes dos treinos. agora lavo louca, varro chao, limpo talheres e vidros para a luz ficar mais parecida com a ideia de luz... respiro ar contaminado, sei disso, quero voltar pra casa, mas agora nao da tempo, depois eu penso...
os loucos aqui sao os normais ai, os loucos aqui sao ET's no universo da minha ignorancia, sou abdusido. olhos nos olhos da velha, vovo e seu pito... olhos profundos, mar, escuro que reluz o claro na veia do poeta morto.
sábado, 10 de março de 2007
"tratamento I"
agora sismo em escrever
algo que não sei o que
talvez pros outros vê,
talvez pra tratar de mim...
procuro escritos recentes
busco algo em mim
palco italiano
cordão umbilical
e-mails chatos
mensagens cheias de sacanagem
letras mastigadas, virtuais
páginas antigas
luz artificial
comida envenenada
associação de idéais
nada é normal
procuro algo pra escrever
procuro outrolado do muro
dentro de mim
admito obscuro
me aprofundo
vou além
caminho mostra o caminho
é melhor apenas continuar...
algo que não sei o que
talvez pros outros vê,
talvez pra tratar de mim...
procuro escritos recentes
busco algo em mim
palco italiano
cordão umbilical
e-mails chatos
mensagens cheias de sacanagem
letras mastigadas, virtuais
páginas antigas
luz artificial
comida envenenada
associação de idéais
nada é normal
procuro algo pra escrever
procuro outrolado do muro
dentro de mim
admito obscuro
me aprofundo
vou além
caminho mostra o caminho
é melhor apenas continuar...
"florbela now"
hoje conheci florbela espanca em carne e osso... voltando da cova da moura e da rebolera, voltando das filmagens, andando vagarinho, pelas calçadas lisboetas, pintando com a câmera um flautista medieval andarílho, registrando no documentário ficcional um tocador de garrafa de tampinhas e violão quebrado ao meio... aos pés de mais outra igreja católica medieval... observo olhos atentos a respiros suspicazes... continuei, aqui as lisboetas são difíceis, aínda mais depois da zero hora, mas faltava aínda 1 hora pra isso... não ia falar nada, o brilho em seus olhos me ofuscava, como a vela na boca do mensageiro que pelo vento leva as mensagens em qualquer canto, em qualquer tempo...
amigas caboverdienses nascidas em portugal, outra amiga cabeça... eu dinosauro. aquela velha pergunta ridícula: "você não quer dar um depoimento", mas nesse momento era algo tão sutil, eu morto de cançasso, filmando des das 12hs de hoje... muito som alto, muito papo forte, muita energia do gueto... da senzala, da favela, eu esgotado... ela disse que me viu filmando o flautista, pelo menos ela sabia que não era mentira...
fomos andando e conversando, falando um pouco do que estou aprendendo... pessoas que são tão pra dentro, pessoas da minha cidade são tão pra fora... pessoas daqui falam de tudo em casa mas na rua se calam, devido ao que os outros vão dizer, tipo no tempo da minha vó em 1800... como no rio todo mundo se toca, fala alto, chega, se abraça, se ama na primeira noite... aqui tudo diferente, eu querendo dizer pra ela algo que só os olhos podiam, toques, poesias, palavras... relativamente proibidas.
mas talvez o dentro abrigue cavernas, labirintos impenetráveis, difíceis, segredos... talvez o pra fora se perca na vastidão da beleza das montanhas de xangô, das matas da jurema, do mar de ogum e yemanjá... que são profundos, mas as pessoas da minha cidade tem mania de ficar na beira da praia, na beira das matas, na beira de si mesmos... andamos, apenas... eu as morangostas... na realidade ela não é aquela florbela depressiva, mas sua reencarnação mais doida, exremamente viva! em todas as loucuras de seu corpo, seu mimetismo curvilíneo, no máximo da sua caretisse, palavra que conhece das novelas brasileiras que dominam a mediocridade televisiva alé mar...
mais uma volta, torcia para não encontrar os nazistas que as vezes ficam me olhando de longe e comentando... aki a paranóia é vera! tudo correu corrente.
descemos, falamos coisas que não lembro, tudo num terral animal, calmo, astral... peguei seus e-mails, elas o meu... mais um vento venta, pois vento que venta lá, venta cá... nos fomos, com um gosto de quero muito mais, com gosto gostoso de até depois amor, com o sabor da calma, do tempo certo, sem apego... como queria reencontrar florbela... comprei um livro seu original hoje de manhã numa feira... esgotado! cada qual com seu cada qual, cada qual pro seu lado... olhei no relógio 1 minuto depois de estar sozinho de novo, e era zero hora exata!
amigas caboverdienses nascidas em portugal, outra amiga cabeça... eu dinosauro. aquela velha pergunta ridícula: "você não quer dar um depoimento", mas nesse momento era algo tão sutil, eu morto de cançasso, filmando des das 12hs de hoje... muito som alto, muito papo forte, muita energia do gueto... da senzala, da favela, eu esgotado... ela disse que me viu filmando o flautista, pelo menos ela sabia que não era mentira...
fomos andando e conversando, falando um pouco do que estou aprendendo... pessoas que são tão pra dentro, pessoas da minha cidade são tão pra fora... pessoas daqui falam de tudo em casa mas na rua se calam, devido ao que os outros vão dizer, tipo no tempo da minha vó em 1800... como no rio todo mundo se toca, fala alto, chega, se abraça, se ama na primeira noite... aqui tudo diferente, eu querendo dizer pra ela algo que só os olhos podiam, toques, poesias, palavras... relativamente proibidas.
mas talvez o dentro abrigue cavernas, labirintos impenetráveis, difíceis, segredos... talvez o pra fora se perca na vastidão da beleza das montanhas de xangô, das matas da jurema, do mar de ogum e yemanjá... que são profundos, mas as pessoas da minha cidade tem mania de ficar na beira da praia, na beira das matas, na beira de si mesmos... andamos, apenas... eu as morangostas... na realidade ela não é aquela florbela depressiva, mas sua reencarnação mais doida, exremamente viva! em todas as loucuras de seu corpo, seu mimetismo curvilíneo, no máximo da sua caretisse, palavra que conhece das novelas brasileiras que dominam a mediocridade televisiva alé mar...
mais uma volta, torcia para não encontrar os nazistas que as vezes ficam me olhando de longe e comentando... aki a paranóia é vera! tudo correu corrente.
descemos, falamos coisas que não lembro, tudo num terral animal, calmo, astral... peguei seus e-mails, elas o meu... mais um vento venta, pois vento que venta lá, venta cá... nos fomos, com um gosto de quero muito mais, com gosto gostoso de até depois amor, com o sabor da calma, do tempo certo, sem apego... como queria reencontrar florbela... comprei um livro seu original hoje de manhã numa feira... esgotado! cada qual com seu cada qual, cada qual pro seu lado... olhei no relógio 1 minuto depois de estar sozinho de novo, e era zero hora exata!
sexta-feira, 9 de março de 2007
"eu e espanca II"
e se um dia hei de virar pó, cinza e nada
que seja a minha noite uma alvorada
que saiba perder... pra me encontrar
minha alma é como a pedra funerária
erguida na montanha solitária
interrogando a vibração dos céus!
se as minhas mãos em garra se cravaram
sobre um amor em sangue e palpitar
quantas panteras bárbaras mataram
só pelo raro gosto de matar!
aqui me vou a navegar
mergulhado azul yemanjá
vôo até água respirar
volto, psico-pompo
maldito dito
quando a música acaba.
que seja a minha noite uma alvorada
que saiba perder... pra me encontrar
minha alma é como a pedra funerária
erguida na montanha solitária
interrogando a vibração dos céus!
se as minhas mãos em garra se cravaram
sobre um amor em sangue e palpitar
quantas panteras bárbaras mataram
só pelo raro gosto de matar!
aqui me vou a navegar
mergulhado azul yemanjá
vôo até água respirar
volto, psico-pompo
maldito dito
quando a música acaba.
quinta-feira, 8 de março de 2007
"perto de pessoa"
sentado perto de pessoa
mármore gelado
já depois da zero hora
sob efeito
da droga mais pesada
eu
escrevo algo mais ou menos...
o fato é que sou sozinho mesmo
tenho algum dinheiro, por enquanto
algumas promessas de ganhar mais, feitas por mim mesmo...
o som estridente de uma histérica chamando o táxi desconcentrando minha histeriazinha
mais algo que me fugiu a mente agora...
agora uma espanhola histérica passando, falando alto a vera
eu sonhando com minha dama
mas isso não pode ser dito
a galera do cep vaia, não aplaude no final,
diz que é careta
foda-se, a pesar de ser bom os aplausos, as vezes...
vou voltar a fazer poemas trágicos, malditos, demoníacos...
mas o que faço não são poemas...
então? vou deixar isso pra depois e apenas gozar...
contínuo continuo o caminhar...
mármore gelado
já depois da zero hora
sob efeito
da droga mais pesada
eu
escrevo algo mais ou menos...
o fato é que sou sozinho mesmo
tenho algum dinheiro, por enquanto
algumas promessas de ganhar mais, feitas por mim mesmo...
o som estridente de uma histérica chamando o táxi desconcentrando minha histeriazinha
mais algo que me fugiu a mente agora...
agora uma espanhola histérica passando, falando alto a vera
eu sonhando com minha dama
mas isso não pode ser dito
a galera do cep vaia, não aplaude no final,
diz que é careta
foda-se, a pesar de ser bom os aplausos, as vezes...
vou voltar a fazer poemas trágicos, malditos, demoníacos...
mas o que faço não são poemas...
então? vou deixar isso pra depois e apenas gozar...
contínuo continuo o caminhar...
quarta-feira, 7 de março de 2007
"serpente orgástica"
entre meios
dentre veios
entre encruzilhadas nunca dantes navegadas
sou eu
entremeado
multifacetado
obnubilado
pelo som
da flauta,
da lua...
da serpente orgástica.
dentre veios
entre encruzilhadas nunca dantes navegadas
sou eu
entremeado
multifacetado
obnubilado
pelo som
da flauta,
da lua...
da serpente orgástica.
segunda-feira, 5 de março de 2007
" o livro"
olho moedas na bolsa
umas de 1 euro
outras de cents
escolho material
observo metais
sem menos, sem mais
penso por um milessegundo
algo que me foge agora,
algo entre o sono e o sonho
mas sei voltar a página lida
mergulhar fundo na ferida, vida
não me perco a página,
o livro...
marcas inevitáveis!
arreganhado
exposto
escancarado
apenas pra quem quer ler entrelinhas
apenas pra quem o trata como entidade,
perpassando a galopes nossas matérias.
umas de 1 euro
outras de cents
escolho material
observo metais
sem menos, sem mais
penso por um milessegundo
algo que me foge agora,
algo entre o sono e o sonho
mas sei voltar a página lida
mergulhar fundo na ferida, vida
não me perco a página,
o livro...
marcas inevitáveis!
arreganhado
exposto
escancarado
apenas pra quem quer ler entrelinhas
apenas pra quem o trata como entidade,
perpassando a galopes nossas matérias.
"Cristina de Pizán - 1364-1430"
"así, me deshacía en lamentacione hacia dios, afligida por la triteza y llegando èn mi loucura a sentirme desesperada porque él me hubiera hecho nacer dentro de un cuerpo de mujer".
"... filósofos, poetas, moralistas, todos - y lalista seria demasiado larga - parecem hablar con la misma voz para llegar a la conclusión de que la mujer, mala por esencia y naturaleza, siempre se inclina hacia el vicio".
-"! Ay señor! ?cómo puede ser, cómo creer sin caer en el error de que tu sabiduría infinita y tu perfecta bondad hayan podido crear algo que no sabe bueno? acaso no has creado a la mujer deliberadamente, dándole todas las cualidades que se te antojaban? ?como íba a ser posible que te equivocaras?..."
Cristina de Pizán 1364-1430
(primeira literatura feminista)
"... filósofos, poetas, moralistas, todos - y lalista seria demasiado larga - parecem hablar con la misma voz para llegar a la conclusión de que la mujer, mala por esencia y naturaleza, siempre se inclina hacia el vicio".
-"! Ay señor! ?cómo puede ser, cómo creer sin caer en el error de que tu sabiduría infinita y tu perfecta bondad hayan podido crear algo que no sabe bueno? acaso no has creado a la mujer deliberadamente, dándole todas las cualidades que se te antojaban? ?como íba a ser posible que te equivocaras?..."
Cristina de Pizán 1364-1430
(primeira literatura feminista)
"lisboa no meu mais ínitimo cotidiano"
na solidão fria do inverno lisboeta
tudo mais dentro...
nos butecos, flor bela espancando
levo-a pra cama
no lar
luz amarelada
sala esquentada
pelo aquecedor elétrico
volto andando pelas ruas estreitas
das pedras escorregadias
curvas erradas, ambiente medieval,
eterna madrugada vadia
passo pelas vielas
com diferentes sensações a cada manhã
hora desesperado, hora cantando, hora bolado
hora chorando, hora pensando em ser vivo por dentro
hora buscando a luz no caminho ladrilhado
tudo mais dentro...
nos butecos, flor bela espancando
levo-a pra cama
no lar
luz amarelada
sala esquentada
pelo aquecedor elétrico
volto andando pelas ruas estreitas
das pedras escorregadias
curvas erradas, ambiente medieval,
eterna madrugada vadia
passo pelas vielas
com diferentes sensações a cada manhã
hora desesperado, hora cantando, hora bolado
hora chorando, hora pensando em ser vivo por dentro
hora buscando a luz no caminho ladrilhado
"pg 53"
sou velha e triste ao entardecer
um riso são andou na minha boca
gritando que me acudam em voz rouca
náufraga da vida
ao menos não estou em casa
pro marido
lavando louça
tenho a pior velhice, a que é mais triste
aquela onde nem sequer existe
lembranças de ter sido nova
lembranças de ter sido livre
um riso são andou na minha boca
gritando que me acudam em voz rouca
náufraga da vida
ao menos não estou em casa
pro marido
lavando louça
tenho a pior velhice, a que é mais triste
aquela onde nem sequer existe
lembranças de ter sido nova
lembranças de ter sido livre
"patologia mental"
patologia mental
doença moderna do capital
inquisição do ser
patologia mental
doença moderna do capital
obnubilação do ser
patologia mental
doença moderna do capital
esquizofrenização do ser
patologia mental
doença moderna do capital
abdução!
doença moderna do capital
inquisição do ser
patologia mental
doença moderna do capital
obnubilação do ser
patologia mental
doença moderna do capital
esquizofrenização do ser
patologia mental
doença moderna do capital
abdução!
"as torres dos poetas mortos"
subi alto, à minha frente torre esguia
feita de fumo, névoas e luar
e pus-me, comovida, a conversar
com os poetas mortos, todo dia
contei-lhes os meus sonhos, a alegria
dos versos que são meus, do meu sonhar
e todos os poetas ficaram a choram
responderam-me então: que fantasia
não desisti, tornei sempre ao alto da torre dos poetas mortos
com eles me confessei noites e dias
as vezes sozinha a falar, falando o que queria...
não ligo nem mais pra rima
& nem pra poesia
feita de fumo, névoas e luar
e pus-me, comovida, a conversar
com os poetas mortos, todo dia
contei-lhes os meus sonhos, a alegria
dos versos que são meus, do meu sonhar
e todos os poetas ficaram a choram
responderam-me então: que fantasia
não desisti, tornei sempre ao alto da torre dos poetas mortos
com eles me confessei noites e dias
as vezes sozinha a falar, falando o que queria...
não ligo nem mais pra rima
& nem pra poesia
"eu e florbela espanca"
eu sou a que no mundo anda perdida
eu sou a que na vida não tem norte
sou a irmã do sonho
prima da morte
sombra de névoa ténue e esvaecida
destino amargo, triste e forte
impede brutalmente para a vida
alma de luto sempre incompreendida, na ponta da lança de jorge
sou aquela que passa e ninguém vê
sou a que chamam triste sem o ser
sou a que chora sem saber porque
eu em vc em mim até vc entender
sou talvez a visão que alguém sonhou
alguém que veio ao mundo pra me ver
e que na vida nunca me encontrou
e que a vida interira sonhei ter.
eu sou a que na vida não tem norte
sou a irmã do sonho
prima da morte
sombra de névoa ténue e esvaecida
destino amargo, triste e forte
impede brutalmente para a vida
alma de luto sempre incompreendida, na ponta da lança de jorge
sou aquela que passa e ninguém vê
sou a que chamam triste sem o ser
sou a que chora sem saber porque
eu em vc em mim até vc entender
sou talvez a visão que alguém sonhou
alguém que veio ao mundo pra me ver
e que na vida nunca me encontrou
e que a vida interira sonhei ter.
"anjo negro moçambicano"
aki brazuka é tido como filho da puta / a nao ser q ande entre hoteis erestaurantes com notas e cartões... ou bons portugueses ao lado, a nao serq seja brazuka europeu. alguém importante q sai nos jornais, artista das colunas sociais... do tipo daquele q nao conhece a boca ao lado, a boca do mato. nas ruas depende do olhar, é fácil vc achar um nazista bêbado q por pouconao vai te juntar, te jantar, tipo inquisição, dizendo q vai dar um tirona tua cabeça e os caralho, muitos andam fardados, profissionalizados, institucionalizados e ganham bem, do estado... somos medievais a vera, quase idade da pedra. idade merdia vai rolar por uns tempos, pelo menos depois da zero hora. o q eu fiz? eu sou... soul quem nunca fui! só sei q odeio raça pura, adoro mistura, adoro mistura. logo chamei meus amigos moçambicanos, q moram perto de sintra... aki são as quebradas sinistras. antes eu tava sozinho e tive q me esquivar, mas o sangue fervia na cabeça, estava a queimar, me fazendo seguir o nazi pra lá e pra cá, pra lá e pra cá, pra lá e pra cá... tipo pêndulo do relógio antigo, me lembrando do ralph e da rapaziada presentes no espiritual, espiritual, espiritual... agora queimo minha matéria, transformo a escuridao a minha volta / sombra macabra européia de séculos sangrentos, heranças impressas nessas arquiteturas de corpus e pedras...
achei meus amigos q fazem poesia musicada pelas ruas... logo me acolheram, me levaram... no sorriso, na curiosidade da minha terra, no respeito, a fácilsintoniafina, difícil de explicar. agora na minha matilha, andava pelas ruelas do bairro alto, pra lá e pra cá, pra lá e pra cá, pra lá e pra cá. fui ao nazi e ele foi jogado ao chão, so nao o mataram pq um amigomoçambicano o conhecia... foi aliviado por um anjo negro alado...segui a rima, a poesia musicada de assalto... soco na cara de outro nazidesgraçado... garrafada, risos, enfim estou na minha madruga... nem ccompara as das nossas quebradas... mas deu pra sentir o sangue e mel poralguns segundos na boca, lembrar do rio, cidade de papel, doce como mel, so entendida por quem conhece seus rios, lagoas, ilhas, esgotos e os velhosbarbudos... no fim o poeta mais enraizado, bandido sinistro das palavras aliviou alguem ajoelhado, sendo espancado... ninguem é certo, ninguém é errado.
achei meus amigos q fazem poesia musicada pelas ruas... logo me acolheram, me levaram... no sorriso, na curiosidade da minha terra, no respeito, a fácilsintoniafina, difícil de explicar. agora na minha matilha, andava pelas ruelas do bairro alto, pra lá e pra cá, pra lá e pra cá, pra lá e pra cá. fui ao nazi e ele foi jogado ao chão, so nao o mataram pq um amigomoçambicano o conhecia... foi aliviado por um anjo negro alado...segui a rima, a poesia musicada de assalto... soco na cara de outro nazidesgraçado... garrafada, risos, enfim estou na minha madruga... nem ccompara as das nossas quebradas... mas deu pra sentir o sangue e mel poralguns segundos na boca, lembrar do rio, cidade de papel, doce como mel, so entendida por quem conhece seus rios, lagoas, ilhas, esgotos e os velhosbarbudos... no fim o poeta mais enraizado, bandido sinistro das palavras aliviou alguem ajoelhado, sendo espancado... ninguem é certo, ninguém é errado.
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