sábado, 23 de janeiro de 2010

Fragmento galaxial



Capítulo 02

A arte recomeçou das cinzas, minha professora falou por muitas vezes sobre a Phoenix, a Lótus, o Anjo Negro e as folhas que caem, a partir daí o inverno se vai, alguma hora. Aqui na prisão o melhor dia é segunda-feira, aqui no cemitério dos mortos vivos, onde a sociedade deposita sua sombra coletiva, a professora Armeniana me ensina um pouco na escola da vida. Alguns pássaros cantam a noite, depende da intensidade das energias da terra com as correntes do fundo do mar, as marés de fogo e a vontade de Deus. Meu amigo diabo está me olhando de perto, ele quer se chegar, tudo passa na vida. O calor toma o hemisfério sul, domado letárgico, suor e gozo. As águas do mar limpam o fora de controle, põe de volta o material perdido, se equilibram pelas fases da lua, abrigam legiões distantes, fronteira cósmica, as ruas são outra coisa. É nesse lugar dos monstros devoradores que está guardada a pedra preciosa, quanto mais feroz o dragão, mais bela a princesa.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Fragmento galaxial





Capítulo 01


Todo silêncio da força do tempo se encontra nessa intenção, silêncio, pureza imaculada, fortalecimento e sangue quente. No começo tudo é água silenciosa, com os deuses escondidos nela.

Tudo acabou de começar, a cidade em seu vapor liquefeito, num Estado lastimável, continua a funcionar. O atividade do plantão está me esperando para solitário chegar até o cume da colina, no caminho me socializo com Batoré, com as cabras e o cavalo, todos soltos no mato. As galinhas ciscam, o gavião de cima da árvore observa, é meio dia, hora do almoço.

Meus braços giram, meu corpo levita, enterrado nas profundezas da terra, minhas raízes me conectam, pairo depois do sol dourado, vivo além dos três estados, onde quero, com o rei, a rainha & todo o império.

A doença se propaga em linha reta, desordenadamente sincrônica com a resposta do eco dos movimentos dos corpus iluminados, é a vez de outro ciclo, o antigo caminho parece mudar mas é apenas outro ângulo do mesmo. Os astros flutuam, o grande planeta se aproxima, passo as matérias em viagem descontroladas, meu corpo queima, meu espírito continua de braços abertos pelo universo. O girador passa num cometa, as formas geométricas de cores vivas atuam com os numinosos pequeninos, o cavalo pula a janela comigo montado nele, o idioma codificado começa a fazer sentido pra mim.