cidade diferente,
pessoas atraentes.
aki os normais sao os loucos dai... os loucos sao et's abdusidos, severamente modificados... uns que nem consigo olhar de tanto piercing, deformacao das faces, dos membros... me deformo pralem, transmuto a forma, minha caretisse em compreensao de mim mesmo... descascando novamente, sou intermediario. um berro de nariz, falta de pontuacao, aos poucos vou deixando o velho portugues, encontrando-o novamente resignificado.
o que dizer, nao tenho vocabulario, cidade contraditoria.... semana que vem o bob dylan vai tocar, da vontade de chorar, aquele maluco que eu escutava no quarto sozinho... hoje tenho sua compania... noutra semana the who, ou o white stripers, sera que e assim que c escreve? nao sei escrever direito... nao tenho vocabulario.
entrei numa loja de camelo e estava tocando queen, depois stones, depois uma banda que nunca ouvi mas parecia tao familiar...
ando cantando pontos de umbanda pra mim mesmo, seu tupinamba e compania ilimitada... lembro a vera dos cantos do norte, lindos na essencia, horriveis na pratica catolica dos corpus mortos presos a ilusao de ferlicidade comprada por uma farda e mais umas porpourinas... mestre salustiano e sambas, sambas... sambas daquele tempo da antiga vitrola do chacal, quando ele voltou pro rio vindo daqui mesmo... em 79. mamae quem comprou a vitrola, ele precisava de uma grana... na verdade meu pai pagou mas quem ouviu era eu e ela... meu pai gostava mais dos sambas... eu e mamae ouviamos muito, quando eu era bem pequeno... quando so estavamos nos em casa, quando meu irmao e meu pai estavam no treino, nessa epoca eu treinava em horario diferente do meu irmao... tinha, na vitrola automatica, sambas enredo da decada de 70 e comecinho da decada de 80 das escolas do rio... me lembro de um disco do joao gilberto stane getz, sera q e assim q se escreve o nome do gringo? disco gravado aqui onde estou,,, engracado, antes de vir pra ca conheci o henrique III, numa apresentacao do marcelo, nessa noite eu estava tambem com a baixinha, o nilo e outras pessoas queridas, la na lapa lotada, noite de sorte!! na vitrola tambem tinha caetano, elis, chico, roberto carlos, moraes moreira, simon e seu parceiro e muito mais... lembrancas que sao vivas agora! mais do que sempre...
doido estar nesse lugar.
se voce comprar uma casa, depois de 70 ou 80 anos ela volta a ser da rainha, ou do conde dono do bairro... estou num feudo, altamente vigiado, sinistro, doidaraco... livros infinitos por 10 reais, uma simpatia fria, uma seriedade imbativel, leis, ordem e desorde... trabalho de dia, pub e birita a noite... so de 1/2 em 1/2 litro por vez... as 11 tudo fecha e tudo vai pra rua, alucinado! os exu na compania dos desalmados, donos de todas encruzilhadas... aki fico na minha, observando, tudo e muito mais, tudo e muito menos, extremos... quando chega esse ponto, observo... antes ou depois da zero hora fico na minha, falo apenas o preciso, aprendi na migracao... calado e quieto, as vezes, ganho mais.
ja que nao escrevo poesia, nao escrevo conto, nao escrevo nada quando escrevo esta errado, aprendi com outro paulo poeta... o erro, a vez... posso escrever o que quiser, seis... nao sou mesmo quase nada, apenas sinto e faco.
muito gringo pra todo lado, paulistas, indianos... brasileiro nao vejo, apenas ouco. sou confundido com paulista, prercisei me transfigurar para passar na migracao... todo personagem fica impresso na alma do ator, do autor... pedaco, grao, eterna lembranca. em lisboa sou negro, ainda bem! pensei que teria que esperar a proxima encarnacao para ser o que quero ser agora... sou negro agora, de alma e coracao! em londres paulista, no rio anarquista, em todo lugar banhista. me banho no mar do inesperado, sou levado... lavado. pela correnteza, deixo-me ir, esquivo-me das pedras, aproveito as quedas e o fluxo, meu corpo relaxado vaaaaaaaaaaaaaaaai, as vezes me arranho, estou aprendendo a seguir caminho e nao parar nos atalhos, redemoinhos... onde a sujeira se acumula.
vejo as margens, sigo agora caminho do meio... refaco andares, reconstruo verdades, demulo absurdo que me faz mal... paredes e divisorias, vou compartimentando e entendendo melhor sonhos... e importante lembrar.
saudades da mamae, saudades da baixinha, da familia... aki com karola vou fazendo minha linha, trilha, delineada pelas sementes...
estou apenas nos comecos, sinto aquele gosto amargo na boca do comeco do treino, estou no meio de outro aquecimento, sei o que me espera, sigo concentrado, barulho pra todo lado, muleque mimado ao meu lado falando alto pra caralho, eu quieto falando rezas baixinhas... mandingas minhas.
entro em outro vagao, vagao novo, vazio, a espera das bagagens novas, materias que serao transportados, transmutados em novas materias primas... para confeccionar outros terrenos, treinos, novos comecos... ja nao passo com muita frequencia em certos vagoes, outros nunca mais voltei, apenas os mantenho engatilhados no trem, outros ja deixo em outra linha, preciso aliviar peso para ir mais longe. quanto mais longe, mais perto, quanto mais me afasto, mais proximo fico, quanto maior a distancia, mais sinto cheiro da floresta... corredores do parque, cheiro de tinta, cheiro da serigrafia, da cerigrafia... da grafia errada no certo tempo do significado, e nao ler o livro pela capa... das vozes das pessoas falando em eco, daquela arquitetura linda... da banheira de marmore da senhora no banhiro, cheia de agua das matas, da piscina funda, nativa... minha psicina vira mar, meu treino, aprender a amar...
agora em outra escola de artes, sou minha casa, limpo e faxino, pois se nao o fizer, depois terei mais trabalho... essa casa e a casa onde so eu posso arrumar de forma adequada... quando deixo pros outros, sempre perco, perco tempo, perco coisas, perco vida... sempre derramava leite na toalha da sala no lanche, antes dos treinos. agora lavo louca, varro chao, limpo talheres e vidros para a luz ficar mais parecida com a ideia de luz... respiro ar contaminado, sei disso, quero voltar pra casa, mas agora nao da tempo, depois eu penso...
os loucos aqui sao os normais ai, os loucos aqui sao ET's no universo da minha ignorancia, sou abdusido. olhos nos olhos da velha, vovo e seu pito... olhos profundos, mar, escuro que reluz o claro na veia do poeta morto.
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