sexta-feira, 22 de junho de 2007

A SINISTRA VERDADE SOBRE O CRUEL ASSASSINATO DE JEAN CHARLES DE MENEZES, NA ESTACAO DE METRO DE STOCKWELL, LONDRES.

A SINISTRA VERDADE SOBRE O CRUEL ASSASSINATO DE JEAN CHARLES DE MENEZES, NA ESTACAO DE METRO DE STOCKWELL, LONDRES.

Londres, 22 de Junho de 2007.

Acabo de chegar da estacao de metro de Stockwell, onde fui conhecer e filmar o memorial de Jean Charles de Menezes. La conheci a Cris, uma das pessoas que cuidam do memorial, o qual fica do lado da estacao.


Cris e uma Grega bem timida, nao gosta de dar entrevistas, com um sorriso lindo e uma gentileza inigualavel. Enquanto limpava o limo dos vazos de flores de plastico feitos de garrafas de 1 litro d’agua, depositadas por pessoas que passam por ali todos os dias, me fui chegando e conversando.


Ela muito bem me recebeu e ao mesmo tempo que ia falando com dezenas de pessoas que iam passando, como por exemplo o jornaleiro, senhoras inglesas, alguns moradores de rua inexistentes nas estatisticas londrinas, ia me contando a verdadeira e inacreditavel historia da morte de Jean.


Cada dia que passa vou conhecendo e me envolvendo mais nesse caso cruel de assassinato a sangue frio, cometido por, pelo menos, 10 policiais da Scotland Yard, policia secreta britanica. Eu havia acabado de chegar da embaixada Brasileira, onde preenchi um documento – “Formulario de matricula de cidadao Brasileiro”, valido ate 25 de Dezembro de 2011, para me proteger das ameacas do inspetor Tak, chefe da policia do parlamento ingles, feitas a dois dias, quando me acusou de terrorista, dizendo que ira me matar assim que tiver uma chance.


Cris, aos poucos, foi perdendo sua linda e sincera timidez, e comecou a me revelar a assombrosa verdade sobre esse caso. Ela disse: “Jean estava sendo seguido desde o momento em que saiu de sua casa e foi classificado pelos policiais como branco caucasiano do norte, a classificao de branco mais puro, para a policia Inglesa”. Ela continuou dizendo que “Jean chegou na porta da estacao (ali ao ldao de onde estavamos conversando), e pegou um jornal, normalmente, como faz qualquer pessoa.”


E ela disse emocionada: “O que me surpreendeu, foi que, ao contrario do que a imprensa Inglesa divulgou, Jean nao pulou a roleta, nao estava com roupas de inverno, e sim com roupas de verao e sem mala nenhuma!”, como todos podem ver, na fotografia de seu corpo estirado no chao do vagao do trem do metro.


Mas a historia e mais bizarra ainda! Cris conta a historia verdadeira embasada no depoimento de Lana Vandenberghe, uma das pessoas que teve acesso aos documentos oficiais da policia Britanica, e revelou ao mundo todos os crueis detalhes desse assassinato a sangue frio. Lana foi presa, despejada de sua casa pela outra moradora e teve serios problemas de alimentacao na cadeia, devido a maus tratos cometidos pelos policiais.






“Jean desceu normalmente a escada rolante e esperou seu trem. Nao correu em momento algum, como a policia diz ate hoje, e entrou no trem normalmente e calmamente”. A policia deveria revelar ao publica as imagens do sistema de vigilancia, existente em toda a cidade de londres, cctv. Essa cidade e um gigantesco big brother. Eu nao sou proibido de filmar, mas o Estado tem o direito de nos vigiar e quando necessario o sistema, para averiguacao das evidencias, e negado.


Eu, realmente, ja estava com o coracao na boca, pois cheguei no memorial de trem e vim pela mesma estacao a qual a policia assassinou Jean. Fiquei imaginando onde seria o local de sua execucao, e aos poucos a historia foi se transformando num drama tragico, e ainda se transforma, escrevo para tentar aliviar a dor e indignacao!


“Jean entrou no trem e sentou normalmente, como qualquer pessoa, foi ai que entraram os policiais, cerca de dez, a paisana, e o imobilizaram no chao”. Essa e a hora mais cruel, e que mais me chocou e chocou Cris. Ela disse, “esse foi o momento mais marcante para mim, pois Jean estava imobilizado no chao, ja detido, e os policiais, usando balas dum-dum, criadas aqui na Inglaterra e proibidas pela convencao de Haia, desde 1899, o executaram com 7 tiros na cabeca e 1 no ombro”.
Nesse momento o sangue me subiu a cabeca, pois estava ali ao vivo, sentindo tudo, hoje, dia 22 de Junho, 1 ano e 11 meses depois… Falanmdo com uma testemunha viva… Ouvindo a historia da raiz.


O chefe da policia local, Ian Blair, soube de todos os fatos imediatamente, mas em um ato covarde e caracteristico do Estado facista Britanico, negou e continua negando tudo.


Cris vai ao memorial todas as sextas ferias e repete, carinhosamente, a limpeza
dos vazos, comprando flores numa barraca ao lado de uma senhora muito simpatico. l. Cris diz que muitas pessoas passam pelo memorial e se emocionam, ja outras mexem nas fotos, destroem as velas, pisam nas flores e falam brabaridades.


Cris disse tambem que os policies vao todos os meses arrancar as flores e os artigos que ela coloca no memorial, mas ela tem copia de tudo, e insistentemnte repoem tudo o que pode.
No final, ela acende cerca de 7 velas brancas e vai embora pelo mesmo metro o qual Jean Chrlaes de Menezes foi cruelmente assassinado. Vi muitas fotos da familia de Jean, fotos de sua mae e seu pai muito tristes e tranparecendo a dor de perder um filho jovem, devido a um Estado que tem poder de atirar para matar, garantido por lei, Kratos.
O embaixador Brasileiro me disse, em entrevista hoje a tarde, que esteve com autoridades Inglesas hoje, e que o caso Jean Charles vai demorar para ser resolvido. Tudo indica que vai dar em pizza. Fico pensando se fosse a policia Brasileira que tivesse matado um Ingles no metro da Tijuca o de Copacabana, o que seria. Ou se fosse um Italiano que tivesse matado um Espanhol no metro de Londres, mas parece que a policia Inglesa esta acima da lei. 007 e o estupido esteriotipo porpurinado desse sistema facista excludente.


Dia 22 de Julho de 2007 fazem 2 anos desse cruel, repugnante, covarde e ultrajante assassinato… De um Brasileiro que apenas queria viver. Luz Jean! Voce nunca foi terrorista! Ass: Paulo Duarte Guimaraes.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

MALVADOS - dahmer

Divulguei a natação no blog dos Malvados:

http://www.malvados.blogger.com.br/index.html

Dahmer
www.malvados.com.br

AMEACAdeMORTE

ontem dia 20 de junho, fui amea cado de morte pelo chefe da policia do parlamento britanico, inspetor thak. ele, apos ter me chamado de terrorista, disse que quando tiver uma chance fara o mesmo que os policiais ingleses fizeram com jean charles, no dia 22 de juhlo de 2005. tenho tudo gravado, pis estou rodando um filme, a 5 meses, sobre o ser humano, e suas obscuras facetas.

jean levou 7 tiros na cabeca e 1 no ombro, de 3 ou mais policias londrinos, na estacao de metro - atockweu. sua familia perdeu na justica a possibilidade de agilizar o processo de condenacao de apenas 1 policial. a policia utilizou balas proibidas desde a declaracao de haia, 1899. essas balas foram criadas pelos britânicos durante as guerras coloniais, a bala, desenhada pelo capitão bertie-clay, ganhou esse nome por ter sido fabricada no arsenal de Dum-Dum, perto de Calcutá, no final do século XIX.

domingo, 17 de junho de 2007

Jean

tirei do yahoo noticias... Jean tomou 8 tiros, 7 na cabeca e 1 no ombro... imagina se fosse ao contrario, a policia do rio houvesse matado um ingles no brasil, por engano... nem precisa falar...

e preciso que a justica se cumpra, nao e possivel tanta impunidade, tanta desigualdade no tratamento para com o ser humano... somos brasileiros e somos humanos, igualmente a qualquer ser humano do planeta.

porque tanto tratamento desigual? porque um ingles ou um europeu vale mais do que um brasileiro ou do que um africano??

o brasil precisa se dar valor, e exigir a prisao imediata desse policial assassino, facista com serios tracos nazistas!

a europa esta repleta de policiais e pessoas que acreditam que os europeus sao superiores racialmente. ate onde eu saiba, so exiswte uma raca, a humana!!

nao e possivel tanto descaso e ignorancia...

o governo brasileiro tem obrigacao de interferir e apoiar ao maximo os familiares de Jean!!!

nao esta parecendo que os governantes brasileiros estao levando a serio esse caso de assassinato covarde, ignorante e totalmente contrario aos direitos humanos.

e uma pena... dia 22 de julho de 2007, vamos fazer uma grande manifestacao pela paz e por justica!


yahoo noticias, a 3 dias:

12h47



Londres, 14 jun (EFE).- A família do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto a tiros em Londres, em 2005, por policiais que o confundiram com um terrorista suicida, perdeu hoje a batalha legal para acelerar o início da investigação judicial sobre sua morte.

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A família tinha apresentado um recurso de apelação contra a decisão do juiz de instrução do Tribunal de Southwark (sul de Londres), John Sampson, de adiar a investigação judicial até o fim do processo aberto contra a Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard).


A Promotoria do Estado britânico acusou a Polícia de violar a Lei de Saúde e Segurança no Trabalho (1974) por descumprir o dever de proteger a vítima, mas decidiu não processar nenhum agente por falta de provas.


No entanto, dois juízes do Tribunal Superior de Londres determinaram hoje que Sampson atuou dentro de seus poderes, após uma solicitação da Promotoria com o argumento de que a investigação da morte de Jean Charles poderia prejudicar o julgamento contra a Polícia.


O Tribunal Superior admitiu, no entanto, que deve ser realizada uma investigação judicial sobre a morte do brasileiro, além das conclusões da Polícia.


O advogado que representa a família, Michael Mansfield, disse que o artigo 2 do Convênio Europeu de Direitos Humanos protege o direito dos parentes de Jean Charles a uma investigação completa sobre sua morte.


A tentativa de acelerar o início da investigação judicial, respaldado pela organização pró-direitos humanos Anistia Internacional (AI), esteve a cargo de Alessandro Pereira, primo da vítima.


"Por que, dois anos após uma morte de tanta relevância por parte da Polícia, não foi realizada nenhuma investigação pública?", questionou um porta-voz da família.


"A decisão de hoje leva mais estresse a uma família que já esperou dois anos para uma simples resposta em uma investigação judicial", acrescentou.


Jean Charles, que tinha 27 anos e trabalhava como eletricista, morreu ao receber oito tiros (sete na cabeça e um no ombro) de agentes da brigada antiterrorista da Scotland Yard em 22 de julho de 2005 na estação de metrô de Stockwell (sul de Londres).


Os policiais confundiram Jean Charles com um dos terroristas que realizaram os atentados fracassados da véspera contra três estações de metrô e um ônibus urbano da capital.


Estes ataques foram uma cópia dos cometidos em 7 de julho de 2005 contra a rede de transporte de Londres, que deixaram 56 mortos - incluindo os quatro terroristas suicidas - e cerca de 700 feridos.


Em dezembro, a Justiça britânica rejeitou o pedido da família de Jean Charles que pedia a revisão da decisão da Promotoria de não processar nenhum agente.


No entanto, o Tribunal Superior de Londres abriu em 19 de janeiro o caminho para que a família do brasileiro possa recorrer aos juízes da Câmara dos Lordes, máxima instância judicial do Reino Unido. EFE

sábado, 16 de junho de 2007

JeandeMenezes

Hoje nadei de novo no Thames. Deu tudo certo... O dia comecou com muita chuva... Parecia que ia dar tudo errado... Mas o vento estava pro lado onde as nuvens limpam... Estou comecando a conhecer Londres... Nadei com uma faicha na mao, escrita Peace!!! Cheguei nas escadas do parlamento e cantei Lennon... Give peace a chance...
Depois nadei rumo as escadas das bracas e subi. Algumas pessoas aplaudiam, outras silenciosas nao acreditavam...
Dia 22 de Julho, iremos fazer uma comemoracao pela vida no Parliament Square, e um protesto reinvidincando justica! Estou acampado junto com o Brian e outras 10 pessoas em frente ao parlamento Britanico. Brian esta la a 6 anos e eu a 20 dias.
Hoje foi um grande dia, um pequeno comeco pra uma longa caminhada.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

"Lua Azul"

impossivel
continuar sem sangrar por dentro.

continuo ciclo,
invento

vento.

tudo passa
so ficam verdades

mentiras,
transformam-se
em falsas verdades...

quanta falsidade.

ciclo, ritmo
lugares,
perigo!

no vacuo
estou
no tempo
eu sou

invento
momento

grao solitario
inventado
falso
alquimizado

piscar de olhos
fim
explosao
vida
na palma da mao
rima, rima

terra
calo
calor,

luz
porta
porto
sol,
amor,
falta de pudor.

cavalgo pela janela
fodo uma boneca
faco barulho a vera
ate ir dormir

depois sonho
onirico-medonho,
lindo, hybrido,
ralentando o porco.

vou ao tesco
meto mais um sushi
assim e aqui

me vou
outra vez...
por dentro,
outras estradas estranhas
aranhas, insetos laranjas

por outros caminhos cavalgo solitario

sigo seus passos,
amigo,
sigo seu exemplo
faco minha linha
me volto pro meio,
pro meio

vezes pego atalho errado
vezes passo por cima
vezes fico sentado
vezes vou sou o outro-lado.

segunda-feira, 26 de março de 2007

"tupinambas"

as pessoas continuam
eterno ir e vir das ruas
cachorro latindo
lapalotadalapalotada esturdindo

bairro alto
madri
demonio do asfalto
por agora,
nao mais a te seguir

tenho que ver meu amigo,
na suecia...
te amo irmao
voce mora no coracao

a tribo
tupinamba
vermelho
& preto

demonio loiro do asfalto...
bracadas no mar descalco.

mesmo que os outros nao entendam,
irmaos!
um dia olhei nos olhos do teu irmao,
chorei

agora sentado numa calcada
lembro de voces
irmaos, amigos
os amo de vez!

sexta-feira, 16 de março de 2007

"O Cajueiro"

Agradeço por você ter compartilhado seus filmes comigo, antes de voar
poraí...
De qualquer forma, já vi O Cajueiro, já vi Ela Calada Diz Mais Que
Minhas Palavras (acho que é isso...) e, já que é uma triologia, QUERO
ver o terceiro! Cê tá mandando bem!
A força das coisas quando elas têm que acontecer somada `a força da
pessoa! Show, irmãozinho... O Nobru me falou que vai te mandar o tal
som de guitarra.
Beijo grandão!
joy

"O Cajueiro"

Paulinho, ja te vi de o viandante.
ta bem de produca, mano.
bom te ver, bom saber do que ta rolando.
tou por aqui num projeto lindo com as ervas, mas so vai desenrolar mais pra frente.
te dou noticias e daqui vou botando fe no teu trabalho.
beijo, Gabi.

"O Cajueiro"

Amigos,
Eis "O Cajueiro", o primeiro de uma trilogia de filmes do nosso crazypeoplebrother Paulinho Duarte. =C9 um trabalho instigante e surpreendente do poetapsicocambraleonico, que esta em Londres estudando(?) cinema. e so clicar e curtir:
http://www.youtube.com/watch?v=3D1TwhHNeCX-o
Abrasom
E7

"O Cajueiro" - Rio de Janeiro, Dezembro 2006.

MUITO LEGAL, PAULO. O POEMA, O JOGO DE SOMBRAS, A INTERPRETAÇÃO, MUITO BOA. EXEMPLO DE COMO SE PODE FAZER UM CINEMA DE POUCOS RECURSOS TÉCNICOS E FICAR TUDO BEM INTERESSANTE E AGRADÁVEL DE VER.

ABRAÇÃO,

MANO M

quarta-feira, 14 de março de 2007

"shot dead"

vela na boca
luz
iluminacao
canal

travessia noturna
torno ao barco de madeira
luz da lua

...a noite inteira

vinho
frio
pele

corpo inteiro, nu, depilado
cheiro forte
gozo
great-imbalo

musica composta
mesa posta
solidao

underground
way out
personal killer

nomes
numeros
pessoas de negro
teto preto
tempo cinza

sol
frio
amarelo eterno...

terça-feira, 13 de março de 2007

Londres I

cidade diferente,
pessoas atraentes.
aki os normais sao os loucos dai... os loucos sao et's abdusidos, severamente modificados... uns que nem consigo olhar de tanto piercing, deformacao das faces, dos membros... me deformo pralem, transmuto a forma, minha caretisse em compreensao de mim mesmo... descascando novamente, sou intermediario. um berro de nariz, falta de pontuacao, aos poucos vou deixando o velho portugues, encontrando-o novamente resignificado.


o que dizer, nao tenho vocabulario, cidade contraditoria.... semana que vem o bob dylan vai tocar, da vontade de chorar, aquele maluco que eu escutava no quarto sozinho... hoje tenho sua compania... noutra semana the who, ou o white stripers, sera que e assim que c escreve? nao sei escrever direito... nao tenho vocabulario.
entrei numa loja de camelo e estava tocando queen, depois stones, depois uma banda que nunca ouvi mas parecia tao familiar...

ando cantando pontos de umbanda pra mim mesmo, seu tupinamba e compania ilimitada... lembro a vera dos cantos do norte, lindos na essencia, horriveis na pratica catolica dos corpus mortos presos a ilusao de ferlicidade comprada por uma farda e mais umas porpourinas... mestre salustiano e sambas, sambas... sambas daquele tempo da antiga vitrola do chacal, quando ele voltou pro rio vindo daqui mesmo... em 79. mamae quem comprou a vitrola, ele precisava de uma grana... na verdade meu pai pagou mas quem ouviu era eu e ela... meu pai gostava mais dos sambas... eu e mamae ouviamos muito, quando eu era bem pequeno... quando so estavamos nos em casa, quando meu irmao e meu pai estavam no treino, nessa epoca eu treinava em horario diferente do meu irmao... tinha, na vitrola automatica, sambas enredo da decada de 70 e comecinho da decada de 80 das escolas do rio... me lembro de um disco do joao gilberto stane getz, sera q e assim q se escreve o nome do gringo? disco gravado aqui onde estou,,, engracado, antes de vir pra ca conheci o henrique III, numa apresentacao do marcelo, nessa noite eu estava tambem com a baixinha, o nilo e outras pessoas queridas, la na lapa lotada, noite de sorte!! na vitrola tambem tinha caetano, elis, chico, roberto carlos, moraes moreira, simon e seu parceiro e muito mais... lembrancas que sao vivas agora! mais do que sempre...

doido estar nesse lugar.

se voce comprar uma casa, depois de 70 ou 80 anos ela volta a ser da rainha, ou do conde dono do bairro... estou num feudo, altamente vigiado, sinistro, doidaraco... livros infinitos por 10 reais, uma simpatia fria, uma seriedade imbativel, leis, ordem e desorde... trabalho de dia, pub e birita a noite... so de 1/2 em 1/2 litro por vez... as 11 tudo fecha e tudo vai pra rua, alucinado! os exu na compania dos desalmados, donos de todas encruzilhadas... aki fico na minha, observando, tudo e muito mais, tudo e muito menos, extremos... quando chega esse ponto, observo... antes ou depois da zero hora fico na minha, falo apenas o preciso, aprendi na migracao... calado e quieto, as vezes, ganho mais.

ja que nao escrevo poesia, nao escrevo conto, nao escrevo nada quando escrevo esta errado, aprendi com outro paulo poeta... o erro, a vez... posso escrever o que quiser, seis... nao sou mesmo quase nada, apenas sinto e faco.

muito gringo pra todo lado, paulistas, indianos... brasileiro nao vejo, apenas ouco. sou confundido com paulista, prercisei me transfigurar para passar na migracao... todo personagem fica impresso na alma do ator, do autor... pedaco, grao, eterna lembranca. em lisboa sou negro, ainda bem! pensei que teria que esperar a proxima encarnacao para ser o que quero ser agora... sou negro agora, de alma e coracao! em londres paulista, no rio anarquista, em todo lugar banhista. me banho no mar do inesperado, sou levado... lavado. pela correnteza, deixo-me ir, esquivo-me das pedras, aproveito as quedas e o fluxo, meu corpo relaxado vaaaaaaaaaaaaaaaai, as vezes me arranho, estou aprendendo a seguir caminho e nao parar nos atalhos, redemoinhos... onde a sujeira se acumula.
vejo as margens, sigo agora caminho do meio... refaco andares, reconstruo verdades, demulo absurdo que me faz mal... paredes e divisorias, vou compartimentando e entendendo melhor sonhos... e importante lembrar.

saudades da mamae, saudades da baixinha, da familia... aki com karola vou fazendo minha linha, trilha, delineada pelas sementes...

estou apenas nos comecos, sinto aquele gosto amargo na boca do comeco do treino, estou no meio de outro aquecimento, sei o que me espera, sigo concentrado, barulho pra todo lado, muleque mimado ao meu lado falando alto pra caralho, eu quieto falando rezas baixinhas... mandingas minhas.

entro em outro vagao, vagao novo, vazio, a espera das bagagens novas, materias que serao transportados, transmutados em novas materias primas... para confeccionar outros terrenos, treinos, novos comecos... ja nao passo com muita frequencia em certos vagoes, outros nunca mais voltei, apenas os mantenho engatilhados no trem, outros ja deixo em outra linha, preciso aliviar peso para ir mais longe. quanto mais longe, mais perto, quanto mais me afasto, mais proximo fico, quanto maior a distancia, mais sinto cheiro da floresta... corredores do parque, cheiro de tinta, cheiro da serigrafia, da cerigrafia... da grafia errada no certo tempo do significado, e nao ler o livro pela capa... das vozes das pessoas falando em eco, daquela arquitetura linda... da banheira de marmore da senhora no banhiro, cheia de agua das matas, da piscina funda, nativa... minha psicina vira mar, meu treino, aprender a amar...

agora em outra escola de artes, sou minha casa, limpo e faxino, pois se nao o fizer, depois terei mais trabalho... essa casa e a casa onde so eu posso arrumar de forma adequada... quando deixo pros outros, sempre perco, perco tempo, perco coisas, perco vida... sempre derramava leite na toalha da sala no lanche, antes dos treinos. agora lavo louca, varro chao, limpo talheres e vidros para a luz ficar mais parecida com a ideia de luz... respiro ar contaminado, sei disso, quero voltar pra casa, mas agora nao da tempo, depois eu penso...

os loucos aqui sao os normais ai, os loucos aqui sao ET's no universo da minha ignorancia, sou abdusido. olhos nos olhos da velha, vovo e seu pito... olhos profundos, mar, escuro que reluz o claro na veia do poeta morto.

sábado, 10 de março de 2007

"tratamento I"

agora sismo em escrever
algo que não sei o que
talvez pros outros vê,
talvez pra tratar de mim...

procuro escritos recentes
busco algo em mim
palco italiano
cordão umbilical

e-mails chatos
mensagens cheias de sacanagem
letras mastigadas, virtuais
páginas antigas

luz artificial
comida envenenada
associação de idéais
nada é normal

procuro algo pra escrever
procuro outrolado do muro
dentro de mim
admito obscuro

me aprofundo
vou além
caminho mostra o caminho
é melhor apenas continuar...

"florbela now"

hoje conheci florbela espanca em carne e osso... voltando da cova da moura e da rebolera, voltando das filmagens, andando vagarinho, pelas calçadas lisboetas, pintando com a câmera um flautista medieval andarílho, registrando no documentário ficcional um tocador de garrafa de tampinhas e violão quebrado ao meio... aos pés de mais outra igreja católica medieval... observo olhos atentos a respiros suspicazes... continuei, aqui as lisboetas são difíceis, aínda mais depois da zero hora, mas faltava aínda 1 hora pra isso... não ia falar nada, o brilho em seus olhos me ofuscava, como a vela na boca do mensageiro que pelo vento leva as mensagens em qualquer canto, em qualquer tempo...
amigas caboverdienses nascidas em portugal, outra amiga cabeça... eu dinosauro. aquela velha pergunta ridícula: "você não quer dar um depoimento", mas nesse momento era algo tão sutil, eu morto de cançasso, filmando des das 12hs de hoje... muito som alto, muito papo forte, muita energia do gueto... da senzala, da favela, eu esgotado... ela disse que me viu filmando o flautista, pelo menos ela sabia que não era mentira...
fomos andando e conversando, falando um pouco do que estou aprendendo... pessoas que são tão pra dentro, pessoas da minha cidade são tão pra fora... pessoas daqui falam de tudo em casa mas na rua se calam, devido ao que os outros vão dizer, tipo no tempo da minha vó em 1800... como no rio todo mundo se toca, fala alto, chega, se abraça, se ama na primeira noite... aqui tudo diferente, eu querendo dizer pra ela algo que só os olhos podiam, toques, poesias, palavras... relativamente proibidas.
mas talvez o dentro abrigue cavernas, labirintos impenetráveis, difíceis, segredos... talvez o pra fora se perca na vastidão da beleza das montanhas de xangô, das matas da jurema, do mar de ogum e yemanjá... que são profundos, mas as pessoas da minha cidade tem mania de ficar na beira da praia, na beira das matas, na beira de si mesmos... andamos, apenas... eu as morangostas... na realidade ela não é aquela florbela depressiva, mas sua reencarnação mais doida, exremamente viva! em todas as loucuras de seu corpo, seu mimetismo curvilíneo, no máximo da sua caretisse, palavra que conhece das novelas brasileiras que dominam a mediocridade televisiva alé mar...
mais uma volta, torcia para não encontrar os nazistas que as vezes ficam me olhando de longe e comentando... aki a paranóia é vera! tudo correu corrente.
descemos, falamos coisas que não lembro, tudo num terral animal, calmo, astral... peguei seus e-mails, elas o meu... mais um vento venta, pois vento que venta lá, venta cá... nos fomos, com um gosto de quero muito mais, com gosto gostoso de até depois amor, com o sabor da calma, do tempo certo, sem apego... como queria reencontrar florbela... comprei um livro seu original hoje de manhã numa feira... esgotado! cada qual com seu cada qual, cada qual pro seu lado... olhei no relógio 1 minuto depois de estar sozinho de novo, e era zero hora exata!

sexta-feira, 9 de março de 2007

"eu e espanca II"

e se um dia hei de virar pó, cinza e nada
que seja a minha noite uma alvorada
que saiba perder... pra me encontrar

minha alma é como a pedra funerária
erguida na montanha solitária
interrogando a vibração dos céus!

se as minhas mãos em garra se cravaram
sobre um amor em sangue e palpitar
quantas panteras bárbaras mataram
só pelo raro gosto de matar!

aqui me vou a navegar
mergulhado azul yemanjá
vôo até água respirar

volto, psico-pompo
maldito dito
quando a música acaba.

quinta-feira, 8 de março de 2007

"perto de pessoa"

sentado perto de pessoa
mármore gelado
já depois da zero hora
sob efeito
da droga mais pesada

eu

escrevo algo mais ou menos...
o fato é que sou sozinho mesmo
tenho algum dinheiro, por enquanto
algumas promessas de ganhar mais, feitas por mim mesmo...

o som estridente de uma histérica chamando o táxi desconcentrando minha histeriazinha
mais algo que me fugiu a mente agora...

agora uma espanhola histérica passando, falando alto a vera
eu sonhando com minha dama
mas isso não pode ser dito
a galera do cep vaia, não aplaude no final,
diz que é careta
foda-se, a pesar de ser bom os aplausos, as vezes...

vou voltar a fazer poemas trágicos, malditos, demoníacos...
mas o que faço não são poemas...
então? vou deixar isso pra depois e apenas gozar...

contínuo continuo o caminhar...

quarta-feira, 7 de março de 2007

"serpente orgástica"

entre meios
dentre veios
entre encruzilhadas nunca dantes navegadas

sou eu

entremeado
multifacetado
obnubilado

pelo som
da flauta,
da lua...
da serpente orgástica.

segunda-feira, 5 de março de 2007

" o livro"

olho moedas na bolsa
umas de 1 euro
outras de cents

escolho material
observo metais
sem menos, sem mais

penso por um milessegundo
algo que me foge agora,
algo entre o sono e o sonho

mas sei voltar a página lida
mergulhar fundo na ferida, vida
não me perco a página,

o livro...

marcas inevitáveis!

arreganhado
exposto
escancarado

apenas pra quem quer ler entrelinhas
apenas pra quem o trata como entidade,
perpassando a galopes nossas matérias.

"Cristina de Pizán - 1364-1430"

"así, me deshacía en lamentacione hacia dios, afligida por la triteza y llegando èn mi loucura a sentirme desesperada porque él me hubiera hecho nacer dentro de un cuerpo de mujer".


"... filósofos, poetas, moralistas, todos - y lalista seria demasiado larga - parecem hablar con la misma voz para llegar a la conclusión de que la mujer, mala por esencia y naturaleza, siempre se inclina hacia el vicio".

-"! Ay señor! ?cómo puede ser, cómo creer sin caer en el error de que tu sabiduría infinita y tu perfecta bondad hayan podido crear algo que no sabe bueno? acaso no has creado a la mujer deliberadamente, dándole todas las cualidades que se te antojaban? ?como íba a ser posible que te equivocaras?..."

Cristina de Pizán 1364-1430
(primeira literatura feminista)

"lisboa no meu mais ínitimo cotidiano"

na solidão fria do inverno lisboeta
tudo mais dentro...
nos butecos, flor bela espancando
levo-a pra cama

no lar
luz amarelada
sala esquentada
pelo aquecedor elétrico

volto andando pelas ruas estreitas
das pedras escorregadias
curvas erradas, ambiente medieval,
eterna madrugada vadia

passo pelas vielas
com diferentes sensações a cada manhã

hora desesperado, hora cantando, hora bolado
hora chorando, hora pensando em ser vivo por dentro
hora buscando a luz no caminho ladrilhado

"pg 53"

sou velha e triste ao entardecer
um riso são andou na minha boca
gritando que me acudam em voz rouca

náufraga da vida
ao menos não estou em casa
pro marido
lavando louça

tenho a pior velhice, a que é mais triste
aquela onde nem sequer existe
lembranças de ter sido nova
lembranças de ter sido livre

"patologia mental"

patologia mental
doença moderna do capital
inquisição do ser


patologia mental
doença moderna do capital
obnubilação do ser


patologia mental
doença moderna do capital
esquizofrenização do ser


patologia mental
doença moderna do capital
abdução!

"as torres dos poetas mortos"

subi alto, à minha frente torre esguia
feita de fumo, névoas e luar
e pus-me, comovida, a conversar
com os poetas mortos, todo dia

contei-lhes os meus sonhos, a alegria
dos versos que são meus, do meu sonhar
e todos os poetas ficaram a choram

responderam-me então: que fantasia
não desisti, tornei sempre ao alto da torre dos poetas mortos
com eles me confessei noites e dias
as vezes sozinha a falar, falando o que queria...

não ligo nem mais pra rima
& nem pra poesia

"eu e florbela espanca"

eu sou a que no mundo anda perdida
eu sou a que na vida não tem norte
sou a irmã do sonho
prima da morte

sombra de névoa ténue e esvaecida
destino amargo, triste e forte
impede brutalmente para a vida
alma de luto sempre incompreendida, na ponta da lança de jorge

sou aquela que passa e ninguém vê
sou a que chamam triste sem o ser
sou a que chora sem saber porque
eu em vc em mim até vc entender

sou talvez a visão que alguém sonhou
alguém que veio ao mundo pra me ver
e que na vida nunca me encontrou
e que a vida interira sonhei ter.

"anjo negro moçambicano"

aki brazuka é tido como filho da puta / a nao ser q ande entre hoteis erestaurantes com notas e cartões... ou bons portugueses ao lado, a nao serq seja brazuka europeu. alguém importante q sai nos jornais, artista das colunas sociais... do tipo daquele q nao conhece a boca ao lado, a boca do mato. nas ruas depende do olhar, é fácil vc achar um nazista bêbado q por pouconao vai te juntar, te jantar, tipo inquisição, dizendo q vai dar um tirona tua cabeça e os caralho, muitos andam fardados, profissionalizados, institucionalizados e ganham bem, do estado... somos medievais a vera, quase idade da pedra. idade merdia vai rolar por uns tempos, pelo menos depois da zero hora. o q eu fiz? eu sou... soul quem nunca fui! só sei q odeio raça pura, adoro mistura, adoro mistura. logo chamei meus amigos moçambicanos, q moram perto de sintra... aki são as quebradas sinistras. antes eu tava sozinho e tive q me esquivar, mas o sangue fervia na cabeça, estava a queimar, me fazendo seguir o nazi pra lá e pra cá, pra lá e pra cá, pra lá e pra cá... tipo pêndulo do relógio antigo, me lembrando do ralph e da rapaziada presentes no espiritual, espiritual, espiritual... agora queimo minha matéria, transformo a escuridao a minha volta / sombra macabra européia de séculos sangrentos, heranças impressas nessas arquiteturas de corpus e pedras...
achei meus amigos q fazem poesia musicada pelas ruas... logo me acolheram, me levaram... no sorriso, na curiosidade da minha terra, no respeito, a fácilsintoniafina, difícil de explicar. agora na minha matilha, andava pelas ruelas do bairro alto, pra lá e pra cá, pra lá e pra cá, pra lá e pra cá. fui ao nazi e ele foi jogado ao chão, so nao o mataram pq um amigomoçambicano o conhecia... foi aliviado por um anjo negro alado...segui a rima, a poesia musicada de assalto... soco na cara de outro nazidesgraçado... garrafada, risos, enfim estou na minha madruga... nem ccompara as das nossas quebradas... mas deu pra sentir o sangue e mel poralguns segundos na boca, lembrar do rio, cidade de papel, doce como mel, so entendida por quem conhece seus rios, lagoas, ilhas, esgotos e os velhosbarbudos... no fim o poeta mais enraizado, bandido sinistro das palavras aliviou alguem ajoelhado, sendo espancado... ninguem é certo, ninguém é errado.